Freguesia de Capelo

População: 427

Actividades económicas: Agro-pecuária, pesca, restauração, pequeno comércio e construção civil

Festas e Romarias: Santa Ana (3.º domingo de Julho), Espírito Santo (Domingo de Pentecostes), Nossa Senhora da Esperança (3.º domingo de Agosto) e Nossa Senhora da Saúde (1.º domingo de Setembro)

Património: Igreja do Capelo, Igreja de Norte Pequeno, Ermida de N. Sra. da Saúde, Farol dos Capelinhos, Casa do Conselheiro Terra Pinheiro, Museu do Vulcão e impérios do Espírito Santo da Ribeira do Cabo, Capelo e Norte Pequeno

Outros Locais: Vulcão dos Capelinhos, Termas do Varadouro, piscinas do Varadouro, parque florestal, miradouros e circuitos pedestres

Gastronomia: Sopas do Espírito Santo, caldo de peixe, linguiça com inhame, morcela, arroz-doce, filhós e massa sovada

Artesanato: Trabalhos em miolo de figueira e escamas de peixe, trabalhos em vime, pintura em seda e rendas e bordados

Colectividades: União Vulcânico Futebol Clube, Associação dos Amigos do Farol dos Capelinhos e Casa do Povo do Capelo

Orago: Santa Ana

 

DESCRITIVO HISTÓRICO

A vinte quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Capelo agrupa os lugares de Areeiro, Ribeira do Cabo, Varadouro, Norte Pequeno e Capelo.

O nome Capelo está relacionado com o próprio significado da palavra (espécie de capuz de religiosos; chapéu indicativo da dignidade cardinalícia). Segundo Américo Costa, “a origem do seu nome é por se encontrar ordinariamente o lugar coberto de nuvens, formando uma espécie de capelo”.

Fundada nos inícios do século XVII, esta freguesia chegou a ter mais de 1.400 habitantes, foi praticamente destruída em 1662, aquando do vulcão de Cabeço de Fogo e em 1958 pelo vulcão dos Capelinhos.

O Farol dos Capelinhos, actualmente em ruínas devido ao vulcão em 57/58, serviu de guia ao longo dos tempos a inúmeros barcos a caminho da América do Norte. Estando bem presente na memória de todos os capelenses, foi criada a Associação dos Amigos do Farol dos Capelinhos para promover a sua recuperação e nele instalar um Museu de Vulcanologia.

Como sugestão para uma visita a esta freguesia, sugerimos que comece a admirá-la desde a sua maior altitude, ou seja, desde o Cabeço Gordo, o ponto mais alto da ilha, com 1.043 m de altitude, explorando os cabeços que em cordilheira se estendem até ao mar, desde o Cabeço do Trinta, passando pelo Cabeço Fogo e pelo Cabeço Verde, montes que têm assinalados vários percursos pedestres, plenos de beleza vegetal, com uma deslumbrante paisagem de verdes matizado. Esta cordilheira termina no vulcão dos Capelinhos. Extinto desde 1958, este vulcão é o ex-libris dos habitantes do Capelo, tendo alterado completamente a paisagem, mantendo, no entanto, uma imponente beleza insólita. Responsável é também este vulcão por um surto de emigração para os Estados Unidos da América e Canadá, na ordem dos 40%. A sua memória permanece em fotos e amostras de basalto no Museu do Vulcão. Ao pé do vulcão dos Capelinhos, há a memória de uma estação baleeira, no Comprido, em cujo porto se podem tomar excelentes banhos.

Seguindo o caminho do Porto do Comprido até ao Varadouro, pode observar-se a paisagem da floresta costeira recheada de urzes, faias, pau branco e incenso, e a paisagem marítima, onde não faltará certamente a agradável companhia de golfinhos e baleias.

Na estação balnear do Varadouro (com águas hipersalinas a temperatura de 35,5º C), possuidora de um microclima, pode usufruir de uma piscina natural ladeada por escarpadas rochas basálticas e de múltiplos encantos existentes na sua baía, como pesca submarina. Esta baía torna-se ainda de maior estultícia quando chove, pois nessa altura sete ribeiras caem em cascata através da alta rocha até ao extremo, o Morro de Castelo Branco. No Varadouro, lugar essencialmente de veraneio, encontram-se ainda a ermida de Nossa Senhora da Saúde e dois restaurantes.

Subindo até ao Areeiro, encontra-se um aglomerado de casas com acentuado número de habitações de veraneio, onde há também uma escola, um Império do Espírito Santo, um botequim e um restaurante com comida típica da ilha.

Do Areeiro ao Capelo, pode atravessar--se o “Mistério” (zona de lava do vulcão do Cabeço Fogo de 1671-72), actualmente povoado de vegetação, repousando no parque florestal, lugar aprazível de lazer com mesas, grelhadores, gamos e vegetação típica da ilha, com a descrição da sua classificação científica e do seu nome vulgar. No Capelo propriamente dito, pode ver a Igreja com a imagem de Santa Ana, do princípio do século, a Casa do Povo com um grande salão polivalente, uma escola e um Império do Espírito Santo, e pode tomar um café no Cruzeiro.

Contornando o Cabeço Verde, chegará ao Norte Pequeno. Aí encontrará a igreja cuja padroeira é a imagem religiosa mais antiga do Capelo, a da primeira padroeira, Nossa Senhora da Esperança. Pode ainda refrescar a garganta num bar e ver um Império do Espírito Santo. Mas, sobretudo, pode observar duas das maiores maravilhas desta terra: o silêncio entremeado da sinfonia do vento e dos pássaros, como tentilhões, melros pretos, toutinegras, etc