Freguesia de Ribeira Chã

População: 510

Actividades económicas: Agricultura, pecuária e comércio

Festas e Romarias: Divino Espírito Santo (finais de Maio), S. José (1 de Maio) e Santíssimo Sacramento (último domingo de Setembro)

Património: Igreja paroquial, edifício da casa-museu e casas típicas

Outros Locais: Quintal etnográfico, museu agrícola, adega regional, Museu de Arte Sacra e Etnografia, miradouro do Pisão e parque de merendas

Gastronomia: Papas de serpentina

Artesanato: Trabalhos com folhas de milho, espadana, trabalhos em cana e tapetes de retalho

Colectividades: Grupo Desportivo

Orago: S. Jos.

 

DESCRITIVO HISTÓRICO


Esta freguesia deve o seu nome à ribeira que corre nas suas proximidades e que desagua no mar por uma grota coberta de lajes rasas. Em termos administrativos, pertenceu, como simples lugar, à freguesia de Água de Pau. Saiu para formar freguesia independente em 18 de Maio de 1966. A nível eclesiástico, dependia também daquela freguesia, pois era um curato da sua apresentação.

A igreja paroquial, consagrada a S. José, foi construída apenas em 1962. De feição moderna, veio substituir a primitiva ermida, do século XIX. É um bom cartão de visita da Ribeira Chã.

Apesar de predominatemente rural, tem esta freguesia diversas instituições de carácter cultural. O Museu de Arte Sacra e Etnografia deverá ser a mais importante de todas. Nela se encontram peças de grande valor histórico e artístico que atestam um passado de grande riqueza a nível religioso. Do seu magnífico espólio, destaca-se uma escultura de Nossa Senhora da Ajuda, quinhentista, que veio de uma ermida do mesmo nome que existiu em Ribeira Chã em tempos remotos. A típica habitação micaelense está também representada neste museu, mas na sua parte etnográfica.

O Museu Agrícola, por seu lado, possui uma colecção muito rica em alfaias agrícolas, utilizadas no trabalho da terra. Anexo ao edifício principal, encontra-se um pequeno jardim botânico, com as principais espécies vegetais da ilha de S. Miguel.

Serve este pequeno jardim para compreender a importância que uma dessas plantas teve ao longo dos séculos para a economia açoreana. Trata-se do pastel, uma planta tintureira que era cultivada em larga escala, principalmente nesta freguesia, e que depois era exportada para a Flandres. O sítio do Pisão, nesta freguesia, era o principal a nível de produção. As gentes de S. Miguel aqui vinham moer ou pisar o pastel, de forma tão marcante que o nome ficou. No museu acima referido, encontra-se o primitivo engenho do pastel e, no jardim anexo, alguns exemplares dessa planta tintureira.

Em termos de património natural, toda a freguesia é de uma grande beleza, que nada fica atrás da generalidade do Arquipélago. O miradouro do Pisão, no lugar do mesmo nome, oferece encantadoras paisagens. Situado na estrada entre a Água de Pau e a Ribeira Chã, abarca toda a região da Caloura e a costa sul da ilha de S. Miguel.

Com cerca de quinhentos habitantes, a freguesia de S. José da Ribeira Chã é essencialmente rural, mantendo assim as suas mais lídimas tradições, que existem desde que aqui mora gente. Assim sendo, não poderiam faltar alguns artesãos que vão tentando sobreviver com a sua arte e assim resistir à voragem do tempo. É o caso dos trabalhos com folhas de milho, tão conhecidos em todo o País, da espadana, dos trabalhos em cana e dos tapetes de retalho.