Freguesia de Bandeira.

População: 525

Actividades económicas: Agricultura, pecuária, vinicultura, serração de madeiras, marcenaria e pequeno comércio

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Boa Nova (8 de Setembro), Espírito Santo (domingo de Pentecostes), Trindade, Nossa Senhora dos Milagres (3.ª semana de Setembro), Nossa Senhora do Desterro (último fim-de-semana de Setembro) e peregrinação (2 de Fevereiro)

Património: Igreja matriz, ermida de Nossa Senhora dos Milagres, ermida de Nossa Senhora do Desterro, ermida de S. Caetano, império do Espírito Santo e salão paroquial Pio XII

Outros Locais: Lugar do Cachorro e Cais Morato (lugar de veraneio)

Gastronomia: Sopas do Espírito Santo, caldo de peixe, inhame cozido com linguiça, massa sovada, filhós e bolinhos do Espírito Santo

Artesanato: Rendas, bordados, trabalhos em madeira e casca de milho e palha

Colectividades: Sociedade Juventude Católica Boa Nova, Grupo Folclórico e Grupo de Teatro

Orago: Nossa Senhora da Boa Nov.


DESCRITIVO HISTÓRICO


A seis quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Bandeira agrega os lugares de Cachorro, Cais Morato e Cabeço Chão.

Entre os anos de 1895 e 1898, esteve anexada, para efeitos administrativos, ao concelho de S. Roque.

É uma freguesia fortemente ligada ao ciclo do verdelho e à prosperidade que esta cultura trouxe à ilha a partir do século XVIII. Ainda hoje, a vinicultura é uma das principais actividades destas gentes.

Do património edificado de Bandeira, destaca-se como ponto mais importante a igreja paroquial. Dedicada a Nossa Senhora da Boa Nova, é um amplo templo de três naves, inaugurado em 1871, embora a data na fachada seja de 1860. Nesse ano, as obras decorriam em bom ritmo e tudo parecia indicar a sua conclusão próxima. Merece uma visita atenta de quem se desloca à freguesia. Foi construída no local onde existia uma outra, de 1723, segundo documentos da época.

Manuel Tomás, em “Viagens na Nossa Terra”, descreve algumas das belezas naturais desta freguesia: “Pode sair de Madalena por dois caminhos: o que passa pelo interior da vila e o outro, mais rústico, em terra batida, junto à costa, acompanhante de uma paisagem ao lado de salgueiros e araucárias enormes. Embora o piso seja de maior dificuldade, o espírito de aventura na natureza poderá ser compensador. Se for pelo caminho do mar, pare no lugar do Cachorro; se for pela estrada regional, desça o ramal do aeroporto. Está no sítio do Cachorro. Uma autêntica “boca do inferno”, onde a lava se precipitou no mar e fez uma obra de arte de arcos e buracos aterradores, sinais inequívocos da origem vulcânica das ilhas..

Este fenómeno, a que Manuel Tomás chama, e bem, mistério, ocorreu em 1 de Fevereiro de 1871 e ficou conhecido como mistério das Bandeiras. Quatro aberturas geológicas vomitaram então torrentes infindáveis de lavas, que deslizaram entre Santa Luzia e Bandeiras de forma imparável.

Com pouco mais de quinhentos habitantes, esta freguesia tem como principais actividades económicas a agricultura, a pecuária e a vinicultura. Alguns ramos da pequena indústria, como a serração de madeiras ou a marcenaria, vão também subsistindo. O número de habitantes é que tem vindo a descer de forma assustadora. Os mil habitantes de 1890 e os 800 de 1920 estão hoje transformados num reduzido número, que não parece querer aumentar significativamente. NORDESTE