Freguesia de Ginetes

População: 1200

Actividades económicas: Agro-pecuária, comércio, carpintaria e const. civil

Festas e Romarias: S. João (Junho), Festa Jovem (3.º fim-de-semana de Julho), Festa da Filarmónica de Minerva de Ginetes (Agosto), Divino Espírito Santo (Maio, Junho e Julho), Jesus, Maria e José (Julho) e Rancho dos Romeiros (durante a Quaresma)

Património: Igreja matriz, moinhos a vento, fontenários, farol e ermida de Nossa Senhora de Fátima

Outros Locais: Parque de Merendas, Miradouro do Escalvado, Miradouro da Ilha Sabrina e Ferraria

Gastronomia: Massa sovada

Artesanato: Mantas de retalhos, tecelagem, miniaturas em madeira, rendas e trabalhos com escamas de peixe

Colectividades: Filarmónica “Minerva”, Associação da Juventude de Ginetes, Centro de Idosos, Agrupamento 1065 do Corpo Nacional de Escutas e Secção destacada dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

Orago: S. Sebastião e Jesus, Maria e Jos.

 

DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada na costa oeste da ilha, é uma das freguesias mais extensas do concelho de Ponta Delgada. Com uma área de mil duzentos e dezassete hectares, encontra-se a cerca de vinte quilómetros da sede do concelho.

Em 1811, foi esta zona dos Ginetes grandemente atingida por uma das mais violentas crises sísmicas registadas em S. Miguel.

A sua igreja paroquial é de invocação de S. Sebastião e foi construída entre 1603 a 1635 para substituir a primitiva, edificada no Sítio da Lombinha, no tempo de D. João III. Sobre esta igreja, refere o Pe. Lopes da Luz: “No sítio intitulado a Lombinha, à distância de cento e cinquenta metros na direcção leste de um moinho de vento edificado em 1874, e no lugar hoje ocupado pelo quintal de uma casa telhada.

Foi edificada a primitiva igreja ou ermida nos anos que decorreram entre 1521 e 1557. Foi elevada a paroquial depois de 1568 e antes de 1584.

Conta ainda esta freguesia com a Igreja de Jesus, Maria e José, erguida no Lugar da Várzea em 1702, tendo sido aumentada e beneficiada no século XIX, e com a Ermida de Nossa Senhora de Fátima, edificada no local denominado Lomba do Bettencourt, em terreno doado por Manuel Alves de Oliveira que regressara do Brasil, concluída em Setembro de 1936.

Para Gaspar Frutuoso o nome atribuído a esta povoação dever-se-á ao facto de ser “amparada dos ventos da banda do mar com o Pico dos Ginetes, chamado assim, ou por ter uma selada no meio, como sela (...) mais que (como outros dizem), por nele se criarem ginetes, da banda da serra”.

Todo o primeiro século da vida agrícola açoriana foi praticamente preenchida pela cultura do trigo, tendo, contudo, diminuído ao longo dos tempos, devido à ausência de rotação de terrenos e de tratamento conveniente. Assim, no século XVII introduziu-se a cultura do milho, o que fez surgir a indústria de moagem.

Em 1633, surgiram os primeiros moinhos de vento, iniciando-se por isso o aproveitamento da força eólica. Deste modo, ainda há pouco tempo se encontrava a paisagem da freguesia de Ginetes e do Lugar da Várzea embelezada pelos moinhos, que transformavam o milho e o trigo em farinha, com que se fabricava o pão, base da alimentação das populações. Contudo, como os demais, os moinhos de vento da Várzea não resistiram ao tempo, encontrando-se hoje em ruínas.

Pitoresco povoado, o Lugar da Várzea está rodeado a norte pelas Cumieiras que dão para as Sete Cidades. Esta comunidade reside em ruas que, à semelhança das ruas dos Ginetes, parecem raios de um círculo, cujo centro é a Igreja de Jesus, Maria e José.

No extremo ocidental da freguesia avista-se o Pico do Moinho, assim chamado porque, no seu topo, se encontra um moinho de vento construído em 1874.

Merece especial referência a Casa do Monte, construção antiga, que é um marco histórico no percurso autonómico dos Açores, na medida em que nela foi içada, pela primeira vez em finais de 1897, a bandeira da autonomia. No seu interior podem admirar-se móveis e fotografias da época, que reconstituem o ambiente das reuniões que aqui se efectuaram em prol da autonomia dos Açores.

Na zona da Ferraria, existe uma nascente de águas termais, que tem vindo a ser aproveitada do ponto de vista turístico. Com estabelecimento balnear, inaugurado em 1888, servia uma população que procurava as suas águas alcalinas, cloretadas, sulfatadas, bicarbonatadas, sódicas, cálcicas e magnésicas. É um dos principais pontos de atracção turística da freguesia.

Actualmente, a maioria da população da freguesia de Ginetes dedica-se à agricultura e à criação de gado bovino. A carpintaria e a construção civil têm também alguma expressão.

Aqui vivem cerca de mil e duzentas pessoas, um número que nos últimos anos não tem parado de diminuir. Tinha 2371 habitantes em 1900 e 2281 em 1930. A desertificação do arquipélago, depois disso, teve consequências demográficas óbvias na freguesia.