Freguesia de Água Retorta

População: 500

Actividades económicas: Agro-pecuária, comércio, indústria (lacticínios, serração e carpintaria), agricultura e vitivinicultura

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Penha de França (penúltimo domingo de Agosto), Divino Espírito Santo (8.º domingo após Páscoa) e S. João (24 de Junho)

Património: Igreja matriz e Teatros do Espírito Santo

Outros Locais: Miradouros da Água Retorta e de Fora da Ladeira, Fajã do Calhau, Moinho de Vento e Casa Etnográfica

Gastronomia: Fervedouro, sopas do Espírito Santo, papas grossas, chouriço, morcela, pão caseiro, bolos da sertã, cozido à portuguesa, desfeito, molho de fígado e vinho de mesa

Artesanato: Mantas de trapos, tapeçaria, rendas e bordados e bonecas de trapos

Colectividades: Sociedade Musical “Nossa Senhora da Penha de França”, Casa do Povo de Água Retorta, Associação “Gente da Terra”, Grupo Desportivo de Água Retorta e Associação de Guias de Portugal

Orago: Nossa Senhora da Penha de Franç.

 

DESCRITIVO HISTÓRICO


Dista da Vila da Povoação, sede do concelho, cerca de 15 quilómetros, sendo constituída pela localidade de Terra Chã e Fagundas, fazendo parte ainda da freguesia a zona da Fajã do Calhau, sobranceira ao mar. A igreja paroquial de invocação a Nossa Senhora da Penha de França, foi fundada pelo Capitão Pedro Barbosa da Silva, que faleceu em 1664, e tinha a mesma invocação que a actual, cuja construção se iniciou depois de 1871.

No templo actual apenas a torre é uma reminiscência da antiga ermida.

Houve nesta freguesia uma ermida de invocação a Nossa Senhora das Mercês, sita no lugar da Fajã do Calhau que, em 1875, já se encontrava demolida.

O primeiro documento que alude aos Açores é a carta de 2 de Julho de 1439, na qual D. Afonso V diz que o Infante D. Henrique, seu tio, lhe “envyou dizer que el mandara lançar ovelhas nas ssete jlhas dos Açores.” Portanto, já nesse ano, os portugueses estavam de posse de sete das nove ilhas do arquipélago açoriano.

As primeiras ilhas a serem povoadas foram as do grupo oriental (Santa Maria e S. Miguel) com famílias oriundas da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, sob a orientação de Gonçalo Velho, a partir de 1439.

Com vista à exploração das terras descobertas, instituíu-se o sistema de donatarias, à frente das quais se encontrava um capitão donatário.

O primeiro donatário das sete ilhas até então descobertas, foi o Infante D. Henrique e, por sua concessão, a Ordem de Cristo foi também donatária das ilhas de S. Miguel e de Santa Maria. Após a morte do Infante D. Henrique, foi donatário das nove ilhas, seu sobrinho D. Fernando e, seguidamente, os duques de Viseu e de Beja.

O denso arvoredo que existia nas diversas ilhas foi, nos primórdios do povoamento, aproveitado para exportação de madeiras e, sobretudo, para a construção naval em diversos estaleiros como, por exemplo, o da Povoação, em S. Miguel.

Há nesta ilha laivos de parecenças continentais. Aqui nota-se uma transplantação do Algarve, do Alentejo e da Madeira – os mesmos hábitos, o mesmo amor pela cal, o mesmo jeito de falar.

Não obstante todas as incertezas que pairam sobre este arquipélago no que concerne ao início do seu povoamento, uma coisa é certa: foram os portugueses os descobridores dos Açores, foram eles os que primeiro viram os Açores e foram eles que primeiro o visitaram.

Como consequência de tudo isto e confirmado por provas documentais, foram os portugueses que primeiro povoaram os Açores, fosse por razões económicas ou fosse pela posição estratégica que estas ilhas ocupavam.

O povoamento da freguesia de Água Retorta processou-se quase em simultâneo com a do Faial da Terra e no seguimento do desembarque dos primeiros povoadores na Povoação Velha.

O topónimo atribuído a esta povoação deriva das muitas voltas que dá a ribeira que a atravessa, ao descer pela rocha até o mar.

Destaca-se nesta freguesia o fabrico de queijo Melinda, tipo S. Jorge.