Freguesia de S. Brás

População: 621

Actividades económicas: Agro-pecuária, comércio e indústria de construção civil

Festas e Romarias: S. Brás (3.º domingo de Agosto), Divino Espírito Santo (9.º domingo após Páscoa) e Festa da Lavoura

Património: Igreja matriz

Outros Locais: Lagoa de S. Brás e Paisagem Natural

Gastronomia: Fervedouro, inhames, massa sovada, morcelas e chouriços

Artesanato: Rendas e bordados

Colectividades: Associação Cultural “Horizontes”

Orago: S. Brá.


DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, distando cerca de 34 kilómetros de Ponta Delgada e 15 kilómetros da cidade da Ribeira Grande, integra esta freguesia um dos mais populosos, extensos e ricos concelhos de todo o arquipélago – o concelho de Ribeira Grande.

O povoamento deste concelho começou pouco tempo após a vinda dos primeiros colonos para S. Miguel. Nos finais do século XV, lavradores vindos da Povoação e de Vila Franca aqui se fixaram e ergueram as primeiras habitações.

Foi sempre esta região abundante em água e extensas searas, a ela se referindo Gaspar Frutuoso do seguinte modo: ”Rica em suas terras, bem assombradas com seus campos e fértil com seus frutos. (...) tem dentro de si seis moinhos (...) em que vão fazer os da cidade suas farinhas e é abastada de pão, carnes, pastel, vinho e legumes, tem criação de gado (...)”.

Não se sabe ao certo a data da fundação deste lugar, mas parece que o seu povoamento se fez ao mesmo tempo que o do Porto Formoso.

O território desta freguesia integrava-se na do Porto Formoso. Todavia, dela se desanexou quando foi elevada a freguesia, pelo Decreto Regional n.º 27/80/A, de 18 de Setembro de 1980, conforme o estipulado pela Assembleia Regional dos Açores.

Esteve esta freguesia ligada aos acontecimentos das lutas liberais ainda se conservando, na Roca do Louro, uma gruta natural que serviu de esconderijo ao povo desta localidade, durante as lutas entre absolutistas e liberai.

Sobre a primitiva ermida de invocação a S. Brás desce uma lenda. Reza a tradição que, quando se desbravavam os primeiros terrenos deste lugar, uma junta de bois caiu de cansaço, aparentando estarem mortos. Então, o Morgado Vaz Pacheco teria prometido ao Senhor S. Brás que lhe edificaria uma ermida se os bois voltassem a si. Como tal se verificou, logo foi mandada construir, no Porto da Maia, uma igreja que, pela acção do tempo, desapareceu.

O início dos trabalhos para a construção da igreja actual data de 1866, tendo sido dados por terminados em 1961, com a edificação da torre sineira.

Contava esta freguesia com o Forte de Nossa Senhora da Graça ou de S. Brás, que por ocasião do desembarque das tropas liberais, foi abandonado pela guarnição miguelista, depois de encravada a artilharia. Em 1817 estava este forte em ruínas, tendo sido reconstruído em 1820. Hoje, dele apenas restam alguns escombros.

Este concelho constituíu, desde sempre, um acentuado peso económico, mercê da sua posição geográfica.

Os seus terrenos férteis e a abundância de águas, fizeram com que a sua população se tenha dedicado, desde os primórdios, à agricultura, transformando esta região, ainda hoje, na zona da ilha que regista o maior desenvolvimento agro-pecuário.