Freguesia de Conceição

População: 2000

Actividades económicas: Comércio, agro-pecuária e agricultura

Festas e Romarias: Festa de Nossa Senhora da Conceição (8 de Dezembro), Festa do Sagrado Coração de Jesus (1.º domingo de Agosto) e Festa dos Terceiros (1.º Domingo da Quaresma)

Património: Igreja matriz e Igreja de S. Francisco

Outros Locais: Lagoa do Fogo, Caldeira Velha e Salto do Cabrito

Gastronomia: Canários, pão caseiro cozido em forno de lenha e chouriço assado

Artesanato: Bordados

Colectividades: Santa Casa da Misericórdia e Academia de Música

Orago: Nossa Senhora da Conceiçã.


DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, integra esta freguesia o concelho de Ribeira Grande, ocupando a parte oeste da cidade. A Ribeira Grande constituiu sempre, desde os primórdios, um acentuado peso económico, mercê da sua situação geográfica, reclinada numa extensa planície.

O povoamento terá começado pouco tempo após a vinda dos primeiros colonos para S. Miguel. Nos finais do século XV, lavradores vindos da Povoação e de Vila Franca do Campo aqui se fixaram e ergueram as primeiras casas junto ao mar. Assim, considera-se a Ribeira Grande como sendo uma das mais antigas vilas dos Açores.

O seu povoamento parece ter acontecido logo após o de Ponta Delgada. A este propósito, o antigo historiador das ilhas, Montalverne, diz o seguinte: “Crescendo o povo, não se estendia a vila mais que até à ponte da praça: tanto que no ano de 1515 da ponte da praça para o poente, não havia mais que duas casas; e quando se edificou a primeira que dizem ser hoje dos Arriedos, lhe davam vaias os rapazes da vila por edificar no campo uma casa sendo que hoje a maior parte da vila está desta banda, se bem os antigos a esta parte chamavam arrabalde.

Daqui se infere que, no início, a população se aglomerava do lado nascente da ribeira e que só depois de 1515 se começou a estender para a margem oposta, onde se desenvolveu tanto que, volvidos poucos anos, a maior parte da vila se encontrava deste lado.

Ora, foi num desses arrabaldes que se foi constituindo a freguesia da Conceição.

Em 1507, os nobres da vila mandaram construir a igreja matriz, edificada onde hoje se encontra a actual, datando desse mesmo ano, mais precisamente de 4 de Agosto, o alvará de D. Manuel que elevou Ribeira Grande à categoria de vila.

A primitiva ermida cuja construção se iniciou a 4 de Junho de 1507, apesar de muito abalada pelos sismos de 1563, 1564, 1571, 1588 e 1591, foi resistindo até que em 1680 caiu a torre sineira, arrastando consigo uma nave e arruinando as restantes.

Somente no século XVIII se iniciou a edificação do novo templo após demolição do anterior.

Possui este concelho várias igrejas, todas de fundação remota.

A de Nossa Senhora da Estrela, erguida em local elevado, de cujo adro se desfruta um belíssimo panorama, foi edificada em 1517, tendo ficado muito danificada e quase totalmente destruída, devido aos cataclismos que aqui se verificaram em 1680 e 1834. Após várias obras de restauro, da sua primitiva traça nada resta.

Conta ainda a Ribeira Grande com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, sede da freguesia do mesmo nome, criada pelo Bispo D. António Vieira Leitão. Ignora-se o ano da edificação desta matriz, sabendo-se, no entanto, que foi elevada a paróquia, por alvará régio de 21 de Fevereiro de 1707.

A primitiva Igreja de Nossa Senhora da Conceição, foi mudada para o local onde hoje se encontra a Ermida de Nossa Senhora das Dores, reconstruída em 1696.

A igreja actual de invocação a Nossa Senhora das Dores, foi construída por volta de 1728, no local onde se erguia a Ermida de S. Sebastião.

A fertilidade do solo e o incremento que neste lugar teve a indústria de lã e algodão, depressa catapultaram esta região, ao ponto de se poder considerar uma das melhores e mais importantes do arquipélago.

Tornou-se célebre uma primitiva indústria de panos, que abastecia toda a ilha de S. Miguel. Tendo ardido a primitiva fábrica, em 1793, procedeu-se à sua reconstrução.

À semelhança do que acontece em todo o concelho, nesta freguesia cultivam-se cereais, chá e chicória. Para além da agricultura, e em virtude da abundância de pastagens, a população dedica-se, também, à criação de gado.