Freguesia da Luz

População: 886

Actividades económicas: Agricultura, pesca, pequeno comércio, serviços e pecuária

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Luz (8 de Setembro), Santo António (13 de Junho) e Nossa Senhora de Lourdes (3.º domingo de Agosto)

Património: Igreja matriz, ermida de Nossa Senhora de Lourdes, ermida de Santo António, chafariz, largo 1.º de Dezembro, impérios do divino Espírito Santo

Outros Locais: Termas do Carapacho com piscinas naturais, parque de campismo, lugar de lazer “Baía do Filipe”, porto de pesca de Folga e ilhéus de Baixo de Carapacho

Gastronomia: Caldeirada de peixe, peixe frito com molhanga e prato de molho à pescador

Colectividades: Filarmónica União Popular Luzense e Grupo Desportivo Luzense

Orago: N.ª Sra. da Lu.

 

DESCRITIVO HISTÓRICO


A dez quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Nossa Senhora da Luz foi criada em 1601. A “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” atribuía à povoação os seguintes lugares e sítios: Alto do Sul, Bacelo, Beco, Beira-Mar, Caminho de Cima, Caminho Novo, Caminho do Tanque, Canada dos Amarelos, Canada das Chíxaras, Canada da Cisterna, Canada de Diante, Canada do Frade, Canada Longa, Canada do Picanço, Canada de Trás, Canada Velha, Canada das Vinhas, Canadinhas, Carapacho, Cruz, Fajã, Fragoso, Limeira, Outeiro, Pedras Brancas, Rebentão e Ribeira.

A sua primitiva igreja paroquial, da invocação de Nossa Senhora da Luz, era apenas uma pequena ermida, que foi substituída no século XVII por um novo templo. Este, no entanto, acabaria por ser derrubado com um grande terramoto, em 13 de Junho de 1730. Sete anos depois, provando assim que não se perdeu muito tempo, estava construído o novo templo.

Neste, existe uma imagem de S. José com o Menino Jesus no colo. Foi esculpida em madeira nas oficinas “Álvaro Foito”, no Porto, que foi galardoado com a medalha de ouro pela sua perfeição, no Brasil, em 1922.

No lugar de Carapacho, existem algumas nascentes de águas termais muito famosas. São exploradas de forma a poderem os seus habitantes e os turistas beneficiar das suas propriedades curativas. Em Portugal Continental, um dos mais significativos efeitos da romanização foi precisamente a construção dos primeiros banhos. Por toda a Europa, aliás, os Romanos espalharam os seus edifícios termais, um símbolo de poder e de riqueza. De luxo e ostentação. Porque se um dos objectivos era a cura de determinadas doenças, um outro, não menos importantes, era cultivar o divertimento e o lazer. As termas de Baias, em Itália, eram as mais famosas do mundo Romano.

Em termos económicos, referia em meados do século a “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”: “Produz cereais e algum vinho, tendo extensos matos de faias. No porto, chamado do Folga, tem um bom cais de desembarque. A freguesia possui boas estradas. No sítio denominado Pedras Brancas encontram-se enormes monólitos alvacentos, dispostos em fileira, que dão ao local um aspecto particularmente agreste, mas pitoresco”.

Actualmente, com perto de novecentos habitantes, a freguesia continua a ter o sector primário como a principal actividade da freguesia. É o caso da agricultura, da pecuária e da pesca. O comércio tem alguma relevância, e a indústria praticamente não existe.

Escreve Américo Costa, na sua “Corografia”, sobre Nossa Senhora da Luz: “A abundância dos seus cereais, as diferentes perspectivas que em deleitoso quadro oferece ao viajante, dão-lhe um lugar importante entre as freguesias da ilha. Data a sua criação de 1601. (...) Tem esta pitoresca freguesia quinhentos e treze fogos, e habitantes mil setecentos e noventa e três; produz excelente trigo, milho, cevada; também produz algum vinho, mas em pequena quantidade relativa. A junta da paróquia tem de rendimento anual cento e sessenta e quatro mil réis. Os arrabaldes desta freguesia são também muito agradáveis e variados, apresentando ao visitante extensos matos de faia, pomares, vinhas, e ao longe elevadas serranias. Possui hoje esta freguesia abundância de água, não só de algumas fontes nativas como em dois chafarizes públicos. O porto chamado do folga é muito abundante de excelente peixe, e encontra-se ali um belo cais de desembarque, aberto em um enorme tufo. Possui esta freguesia excelentes estradas que a ligam às demais freguesias e que vieram satisfazer aos povos deste lugar uma necessidade há muito reclamada..

Muito agradável pelas paisagens que proporciona, esta freguesia tem como principais pontos de interesse turístico as povoações de Fajã, Limeira, Sul Grande e Cantinho. Tudo junto, forma uma variada perspectiva vulcânica e agreste. No passado, residiram aqui muitas das ilustres famílias da ilha, que escolhiam sobretudo o Carapacho para local de residência.

As denominadas Pedras Brancas são também de grande interesse. São uns enormes monólitos alvacentos, dispostos em fileira, que se encontram num dos pontos mais altos da freguesia, precisamente com esse nome. Segundo António Borges do Canto Moniz, “fazem lembrar o monte da Pena em Sintra”.