Freguesia de Santo Espírito População: 1040

Actividades económicas: Agricultura, pecuária, comércio e indústria (serração e carpintaria)

Festas e Romarias: N. Sra. da Purificação (1.º domingo de Fevereiro), Santo António (1.º domingo após 13 de Junho) e Festas do Emigrante (último domingo de Agosto)

Património: Igreja paroquial, ermidas de Santo António, de N. Sra. dos Prazeres, de N. Sra. da Glória, de N. Sra. da Boa Morte e de N. Sra. da Piedade e Farol de Gonçalo Velho

Outros Locais: Piscina Natural, Museu de Santa Maria, moinhos de vento, miradouro do Espigão, Paisagem Natural, lugar do Cruzeiro e arquitectura tradicional

Gastronomia: Sopas do Espírito Santo, biscoito de orelha e de aguardente, cavacas, malassadas, biscoito encanelado, licor de amora, biscoito de manteiga e sopa de nabos

Artesanato: Mantas de trapos, tecelagem e trajes regionais

Colectividades: Banda “Recreio Espirituense”, Grupo Folclórico da Casa do Povo, Grupo de Cantares “Sol Baixo” (da Casa do Povo), Cooperativa de Artesanato de Santa Maria e Associação dos Amigos da Maia

Orago: Nossa Senhora da Purificação

DESCRITIVO HISTÓRICO


Integra esta freguesia o concelho de Vila do Porto situado a sudoeste da ilha de Santa Maria. Os primeiros povoadores deste lugar terão sido os Curvelos, descendentes de António Curvelo, O Catalão, natural de Valência, que foi mandado pelo Infante D. Henrique proceder, em Santa Maria, a plantações de cana sacarina e montagem dos engenhos. Teve este António Curvelo, em meados do século XV, grandes dádivas de terras que o monarca português lhe concedeu.

A este propósito diz Gaspar Frutuoso: “Gener Curvelo trouxe os princípios todos da ilha, como foi provisão para fazer a igreja, e os ornamentos e os sinos, e as coisas da câmara e vivia no cabo da ilha, da banda de leste, onde se chama Santo Espírito (...)”.

Confirma esta hipótese o facto de em vários documentos do século XVI, os Curvelos portugueses serem designados por Crivelos. Desde a sua entrada em Portugal, teve esta família foros de nobreza.

A tradição conta que neste lugar do Santo Espírito, se rezou a primeira missa nos Açores em honra do Santo Espírito, ficando-lhe, por isso, o nome.

Deste modo, acredita-se que aqui se festejaram, pela primeira vez na ilha, ou mesmo no arquipélago, as festas do Espirito Santo, hoje celebradas em muitas localidades dos Açores.

A Igreja Paroquial, construída em 1560 e alterada durante o século XVIII, apesar de ser dedicada a Nossa Senhora da Purificação, também está associada aos festejos em honra do Espírito Santo. Trata-se de um templo barroco, tipicamente açoriano, com a fachada branca recortada pela pedra cinza extraída da lava do vulcão depois de solidificada.

Para além desta igreja, outras existem nesta freguesia: as Ermidas de Santo António (primeira sede da freguesia de Nossa Senhora da Purificação), de Nossa Senhora da Glória (XVII), Nossa Senhora da Piedade (no lugar de Malbusca), Nossa Senhora da Boa Morte (no lugar do Panasco) e a Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres (no Lugar da Maia), construída no século XVII. Ainda hoje continuam bem vivas em Santa Maria tradições como a coroação e o cortejo do “imperador” ou as oferendas para o bodo.

Os Impérios são prometidos por qualquer pessoa que se sente aflita com doenças, ou para adquirir mais do que tem, ou ainda para se chegar a embarcar. Quem promete fazer o império, faz o pedido da coroa um ou dois anos antes, para poder ter lugar no dia em que pretende realizá-lo.

A arquitectura das casas é uma das imagens mais marcantes de Santa Maria.

A casa mariense é pequena, só de andar térreo, com uma chaminé tipo algarvio. Na parte de trás, situa-se o forno de pão e os talhões de nabos e couves, feijões e batata. Ladeando o quintal, localizam-se os anexos da casa: a cerca do porco, a capoeira e uma pequena loja onde se guardam cereais e alguns utensílios.

Santo Espírito é uma típica povoação de casario branco disperso.

A região oriental desta ilha é muito montanhosa, com alguns terrenos de cultura, sobretudo de trigo e vinha. Ao contrário, a região ocidental é rochosa, só se prestando à criação de gado vacum que é exportado para o Continente.

Nesta freguesia situa-se o Museu de Santa Maria que reúne peças da etnografia local. No sítio da Azenha há a melhor água potável da ilha.