Freguesia de Santa Bárbara População: 430

Actividades económicas: Agricultura, agro-pecuária e comércio

Festas e Romarias: Santa Bárbara (1.º domingo de Dezembro), Sagrado Coração de Jesus (1.º domingo de Agosto), Festa das Vindimas (S. Lourenço) e Divino Espírito Santo

Património: Igreja matriz e ermidas de Nossa Senhora de Lurdes e de Jesus, Maria e José (S. Lourenço)

Outros Locais: Baía de S. Lourenço (Praia e Vinhedos), Baía do Tagarete, Ilhéu das Lagoinhas, Miradouros das Lagoinhas e da Pedra Rija, Lugar do Norte e arquitectura tradicional

Gastronomia: Caldo de nabos, bolo da panela, caçoila, molhos de porco, sopas do Império, biscoito de aguardente, biscoito de orelha e cavacas

Colectividades: Casa do Povo de Santa Bárbara

Orago: Santa Bárbara

DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada junto da costa nordeste da ilha de Santa Maria, entre a Ribeira do Salto e a Ponta do Norte, integra esta freguesia o concelho de Vila do Porto.

Limitada a norte e a leste pelo mar, a sul pela freguesia do Santo Espírito e a oeste pela freguesia de S. Pedro, é atravessada por várias ribeiras: Ribeira de Santa Bárbara, Ribeira Funda e Ribeira da Cai Água.

O relevo é muito acentuado, com vales de erosão muito cavados. A costa é abrupta e rochosa, o solo é de origem vulcânica, resultante de primitivas erupções, predominando o basalto, as rochas arenosas de cor vermelha, a argila e o calcário.

Tal como nas restantes ilhas do arquipélago, o clima é temperado, de Inverno longo e suave e Verão não muito acentuado, registando variações térmicas de pequena amplitude. Contudo, as chuvas são abundantes e, por vezes, torrenciais. É grande a humidade e os ventos que sopram com muita velocidade, originam, frequentemente, temporais.

Foi esta freguesia edificada em parte dos terrenos que, outrora, chamavam de S. Lourenço.

A sua igreja paroquial, de invocação a Santa Bárbara, foi construída no século XVI. Dela apenas se sabe que existia antes de 1537, pois neste ano João Tomé manda, em seu testamento, rezar missa por sua intenção. Em 1674 foi esta ermida acrescentada.

Conta este povoado com a Ermida de Nossa Senhora de Lurdes, edificada em 1858 no Lugar do Norte, tendo sido uma das primeiras capelas dos Açores com esta invocação. Mantém este templo o seu aspecto original.

Nesta freguesia existe ainda a Ermida de S. Lourenço. Reza a tradição que, em tempos, existiu na Fajã de S. Lourenço uma ermida com a invocação deste Santo, que depois terá desaparecido.

A igreja actual foi edificada no primeiro quartel do século XX.

A freguesia de Santa Bárbara é uma freguesia rural, predominando a agricultura, pecuária e vinicultura.

Os seus habitantes dedicam-se às três actividades em simultâneo, na medida em que os campos, pela sua pequena dimensão, só produzem para auto-abastecimento, não havendo excesso de produção.

O solo produz milho, batata, legumes, hortaliças, algum trigo, diversas castas de uvas e alguma fruta, tratando-se de produção para consumo próprio.

Não há indústria de lacticínios, pelo que o leite é utilizado no fabrico de queijo caseiro e no amamentamento dos bezerros.

A vinicultura está em declínio devido ao encarecimento e à falta de mão-de-obra, verificando-se o abandono de alguns vinhedos. Assim, também o vinho aqui produzido é consumido localmente.

As ovelhas fornecem a matéria-prima para a feitura de camisolas e característicos barretes de lã, confeccionados à mão.

Dos teares saem coloridas mantas de retalhos ou de lã e panos de linho.

O artesanato está ainda muito vivo nesta freguesia. Existem alguns artesãos que trabalham o vime, o junco, a palha de centeio e de trigo, espadanas, folheiro e a lã da ovelha.

Nos trabalhos de vime destacam-se as cestas de pastel, cestos de mão e açafates.

Também se fazem bonecas de trapos, cobertas, tapetes e almofadas.

A vegetação é muito variada. Existem várias matas situadas entre as pastagens, com faias, pau branco, urzes, uvas-de-serra, fetos, pinheiros, acácias, louro e eucaliptos.

Os jacintos, as espadanas, os cardos e as folhas de cana sacarina, ajudam no alimento dos animais quando há falta de erva nas pastagens.

Existem vários tipos de ervas medicinais: a cidreira, marcela e a salva, umas com efeitos analgésicos, outras diuréticos e cardio-vasculares e outras até anti-cancerígenas.

Possui esta freguesia alguns fontenários, distribuídos por toda a localidade, com a finalidade de abastecer de água a população. Além deles, existem algumas nascentes nas quais se abastecia a população quando, outrora, não havia fontenários, nelas se continuando a abastecer esta comunidade, sobretudo na época de Verão, quando não há água nos fontenários.