Freguesia de Ponta da Garça População: 3528

Actividades económicas: Agro-pecuária, construção civil, comércio e agricultura

Festas e Romarias: Festa da Padroeira da Paróquia (1º domingo de Agosto), Procissão do Senhor dos Passos (15 dias antes da Páscoa) Festa do Espírito Santo (7.º domingo após a Páscoa) e Festa de Cristo Rei (penúltimo domingo de Novembro)

Património: Igreja Paroquial, ermidas de Nossa Senhora das Mercês e de Nossa Senhora da Vida e o Centro Apostólico

Outros Locais: Farol, Praia da Amora, Parque Florestal Cerrado dos Bezerros, Lagoa do Cangro e Lagoa dos Nenúfares

Gastronomia: pratos típicos: arroz de lapas, lapas de molho Afonso, caldeirada de peixe, mariscos diversos, torresmos de carne de porco, debulho e desfeito; doçaria: massa sovada, arroz doce e malassadas

Artesanato: Rendas, bordados, mantas de retalhos tecidas no tear e costura

Colectividades: Filarmónica “Lira do Sul”, Grupo Desportivo “Bota Fogo”, Agrupamento de Escoteiros nº 767/CNE e Grupos Corais

Orago: N. Sra. da Piedade

DESCRITIVO HISTÓRICO


A freguesia de Ponta Garça situa-se na costa sul da maior ilha do Arquipélago dos Açores - S. Miguel. Dista 8,70 quilómetros da sede do Município – Vila Franca do Campo. Ocupa uma extensa área, sendo a maior das cinco freguesias do Concelho, e a segunda a nível populacional, representando 30% em relação ao total de habitantes do Município.

Possui uma linha de costa de rochedos escarpados batidos pelo mar, e é atravessada por vários cursos de água. Os fundos marinhos, com águas transparentes e cardumes de peixe, entusiasmam os praticantes da observação submarina e os amadores da pesca desportiva.

O clima é ameno e temperado marítimo, registando-se fracas amplitudes térmicas. As temperaturas médias anuais variam entre os 14º C (57º F) no inverno e os 25º C (77º F) no Verão.

Desde os primeiros tempos do povoamento, a fertilidade do solo e a riqueza da flora, propiciaram a exploração de diversos produtos. Primeiro a madeira e o trigo, depois o pastel, a urzela e a cana-do-açúcar. O pescado garantia também o sustento da população, graças à grande variedade e abundância de peixe no mar.

Segundo o historiador Gaspar Frutuoso (n.1522 e m.1591) in “Saudades da Terra”, a designação de Ponta Garça deve-se ao facto de aos antigos colones “lhes parecer de longe garça ou vulto, o ar que Ihes aparecera de outra banda, branco como ela, por um buraco ou vão que a mesma ponta tem na rocha”. A criação da freguesia remonta ao Séc. XVI.

Ponta Garça faz termo a leste do mais antigo concelho micaelense. Em relação com as restantes localidades da ilha de S. Miguel, Vila Franca do Campo fora (antes do terramoto de 1522): o centro de poder e de decisão, com o paço dos capitães dos donatários e a Câmara; lugar de residência de grandes proprietários; local de instalação de homens de negócio que aí viviam ou se encontravam de passagem; centro de controlo da produção de trigo, pastel e açúcar; porto de exportação e importação. Esta situação terá decerto contribuído para que Ponta Garça, possuidora de cursos de água e de bons terrenos circundantes, se evidenciasse nos aspectos agrícola e demográfico, numa das periferias ao primeiro centro político e administrativo da ilha de S. Miguel.

Lopo Anes de Araújo, Cavaleiro e Juiz dos Orfãos de Vila Franca do Campo, antes Capitão da ilha de S. Miguel, mandou edificar uma ermida em Ponta Garça na primeira metade do Séc. XVI. No entanto, o actual templo existente neste local data do século passado. A reconstrução da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Piedade, efectuou-se no ano de 1830. No seu interior, sobressaiem os Altares do Santíssimo Sacramento e de Santo António, que remontam aos séculos XVII e XVIII.

A ermida de Nossa Senhora da Mercês, situada no lugar das Grotas Fundas, data do final do Século XVIII. Possui um alto relevo dedicado à Virgem, coevo da fundação da ermida.

O Paço dos Botelhos de Nossa Senhora da Vida, na Ribeira da Abelheira, é uma casa senhorial cuja origem remonta ao Séc. XV. A torre do solar, construída nos anos 40, é um exemplo de revivalismo de formas medievais significantes da antiguidade da histórica família dos proprietários.

A nível de extensão, Ponta Garça é uma das maiores freguesias da ilha de S. Miguel e a mais rica do Concelho de Vila Franca do Campo em terrenos agricolas. Actualmente, as principais actividades económicas são a pecuária, a agricultura, o comércio e a construção civil. No artesanato destacam-se as rendas, os bordados e as mantas tecidas em teares tradicionais.

Junto da Ribeira da Amora existem duas praias de areia escura e a Norte o Cerrado dos Bezerros, onde abundam uma grande variedade de plantas e de flores. Este parque florestal é muito procurado na época estival para merendas ao ar livre.

A Lagoa do Congro, com cerca de 400 metros de diâmetro, na zona de separação entre o vulcão do Fogo e o vulcão das Furnas, com as suas águas de um verde escuro e envolta por um denso arvoredo, e a pequena Lagoa dos Nenúfares quase totalmente coberta por estas flores, merecem uma visita cuidada.

Para os visitantes, merece igualmente uma especial atenção os percursos pedestres que, começando no extremo Leste da freguesia, os conduzem pela encosta em direcção à freguesia da Ribeira Quente, do concelho limítrofe da Povoação. De um lado a imensidão do mar, do outro, a paisagem humanizada dos cerrados, onde pastam animais de qualidade, para a produção de leite e de carne. A transformação de campos agrícolas em pastagens, demonstra bem a importância da actividade pastoril na vida económica da região.

Sensivelmente ao centro e a Sul da freguesia, ergue-se o imponente Farol de Ponta Garça, construído no ano de 1957, que indica aos navegantes e pescadores a proximidade da Ilha. Ao longe, e mais propriamente na linha do horizonte, avista-se por vezes com alguma nitídez a ilha de Santa Maria, distanciada 55 milhas a Sul da ilha de S. Miguel.