Freguesia de S. Pedro População: 1200

Actividades económicas: Agro-pecuária, pesca, comércio, serviços e indústria (panificação e confeitaria)

Festas e Romarias: S. Pedro (29 de Junho), Santo Amaro (2 últimos domingos de Janeiro), Espírito Santo (7.º domingo após a Páscoa) e Nossa Senhora da Natividade

Património: Igreja de S. Pedro, Convento de S. Francisco, Ermidas de Santo Amaro e de Nossa Senhora da Natividade e bustos do Pe. Ernesto Ferreira e de António Silva Cabral

Outros Locais: Oficinas de Olaria, orla marítima e Jardim António Silva Cabral

Gastronomia: Queijadas da vila

Artesanato: Olaria, bordados, tecelagem e flores em escama de peixe

Orago: S. Pedro

DESCRITIVO HISTÓRICO


São Pedro é um topónimo registado em Vila Franca, quase desde os inícios da sua constituição como lugar de acolhimento dos primeiros povoadores.

É o cronista-mor destas ilhas, Gaspar Frutuoso, que nos afirma, ao falar da Vila em “Saudades da Terra”, que: “para a banda de leste, está uma ponta de pedra e terra, pouco saída do mar, chamada a ponta de S. Pedro”.

Sem referenciar tudo o que pudesse existir nessa ponta, o mesmo autor justifica o nome dado, por nesse lugar estar “uma ermida deste glorioso santo que dantes do primeiro terramoto havia somente daquela parte da ribeira”.

Sabendo-se que o terramoto a que alude Gaspar Frutuoso foi o de Outubro de 1522, é pois certo que antes dessa data existia a dita ermida, e que, como não é de supor ser a mesma edificada em um ermo, alguns habitantes havia já nesse local.

Devido a esse mesmo terramoto e na necessidade da reedificação da vila, houve ocasião de a expandir para ocidente e nesse contexto ir-se-ia o lugar destacando entre os demais da vila.

O primeiro monumento que aí se edificou foi o Convento de S. Francisco, para substituir o anterior existente junto ao monte da Senhora da Paz e que o citado tremor de terra, em 1522, soterrou por completo. Começado dois anos após o infausto acontecimento, veio a desempenhar na vida intelectual da vila uma importância enorme, pois os franciscanos eram, por norma, os pregadores da Matriz de São Miguel, o que lhes conferia um estatuto muito especial.

A criação da Paróquia de São Pedro é obra do bispo D. Jerónimo Teixeira Cabral, que no dizer do Cónego Pereira, em “A Diocese de Angra na História dos seus Prelados”: “se interessou pela criação da paróquia de São Pedro de Vila Franca do Campo, à qual anexou a de São Lázaro de Água d'Alto, que em 1575, havia sido desmembrada da Matriz daquela Vila”.

A anexação de uma paróquia como Água d'Alto, ilustra já o desenvolvimento que São Pedro devia ter atingido, embora, de momento, se justificasse tal atitude pelo facto de a Igreja de São Lázaro, patrono da dita freguesia, se encontrar em ruínas.

Muitos e variados testemunhos nos afirmam a continuidade de vigários à frente da Paróquia de São Pedro, durante todo o tempo.

A actual igreja, certamente o mais belo monumento da freguesia, terá sido começada em fins de Setembro de 1746, pois que nos assentos baptismais deixa de ser nomeada a ermida de São Pedro para ser a da Nossa Senhora da Natividade até Janeiro de 1758.

A nova igreja recebeu a bênção solene a 1 de Fevereiro de 1758, tendo a primeira missa sido rezada a 2 do mesmo mês e ano. A obra seria largamente comparticipada pelo Rei que para o efeito teria ordenado ao “Contador da Fazenda da Ilha de São Miguel que torneis a mandar pôr em lanço a obra da Igreja Nova de São Pedro (...) assim de pedreiro, carpinteiro, vidraças e retábulo” (in “Arquivo dos Açores”).

Este despacho, nos termos em que se encontra redigido, mostra-nos claramente que não era de momento que se tinha pretendido construir a igreja; devia ser uma velha aspiração dos habitantes de São Pedro.

O templo em si é uma construção grandiosa, de planta octogonal, com uma linda fachada em pedra negra da ilha, elegantemente lavrada, essencialmente no portal, o que faz desta igreja o mais típico monumento desta freguesia e um dos melhores de todo o concelhos.

Além desta igreja há ainda a considerar para além do Convento de S. Francisco, um belo conjunto de capelas sediadas no território da freguesia: a Senhora da Natividade e a ermida de Santo Amaro, tanto uma como outra de devoção muito particular dos habitantes quer de São Pedro, quer de outros lugares, celebrando-se as suas festas com brilho e entusiasmo.

A construção de uma escola de primeiro ciclo, veio também satisfazer uma velha aspiração da freguesia que viu os seus anseios satisfeitos com o levantamento do salão paroquial e o edifício da junta de freguesia.

A expansão da vila para ocidente, com o aldeamento do ilhéu, veio dar novo desenvolvimento à freguesia, que a par de novas construções aí levantadas, tem visto muitas das antigas moradias serem remodeladas, a par do asfaltamento de quase todas as artérias.

As actividades dos habitantes repartem-se pelas actividades tradicionais dos Açores, salientando-se os mestres oleiros que exerceram e exercem uma influência merecedora de encómios.