Freguesia de Água d'Alto População: 2000
Actividades económicas: Agricultura, agro-pecuária e serviços
Festas e Romarias: Festa do Padroeiro (penúltimo domingo de Agosto) e Romeiros de S. Miguel (na Quaresma – romarias que duram uma semana)
Património: Museu Hidroeléctrico e Moinhos movidos a água
Outros Locais: Lagoa do Fogo e Praias
Gastronomia: Morcela, debulho, chouriço e torresmos acompanhados de batata-doce e inhame
Artesanato: Escultura em madeira, pedra e estanho
Colectividades: Grupo Coral, Legião de Maria e Grupo de Jovens
Orago: S. Lázaro
DESCRITIVO HISTÓRICO
Integra esta freguesia o concelho de Vila Franca do Campo situado na costa sul da ilha de S. Miguel. Tem-se como certo que antes de Agosto de 1336, os portugueses navegavam no Atlântico, ao largo da costa e que, em 1415, punham o pé em Ceuta.
O primeiro documento que alude aos Açores é a carta de 2 de Julho de 1439, na qual D. Afonso V diz que o Infante D. Henrique, seu tio, lhe mandou dizer que mandara lançar ovelhas nas sete ilhas dos Açores.
Portanto, em 2 de Julho desse ano, já os portugueses estavam de posse de sete das nove ilhas do arquipélago açoriano.
Dos primeiros tempos da descoberta nada mais sabemos, senão que existiam estas ilhas antes de 2 de Julho de 1439, que eram conhecidas dos portugueses e tinham ovelhas que lá mandara despejar o Infante D. Henrique.
Foi a ilha de S. Miguel descoberta após a ilha de Santa Maria por volta de 1427, desconhecendo-se o ano exacto.
Gonçalo Velho foi o responsável pelo lançamento de gado nos inícios da década de trinta e foi, posteriormente, o impulsionador do povoamento, tendo sido, primeiramente, povoadas as ilhas do grupo oriental (Santa Maria e S. Miguel), com famílias originárias, sobretudo, da região centro e sul do Continente.
Os povoadores que se dirigiam para as ilhas tinham, certamente, como maior motivação, a possibilidade de obterem terras próprias que, depois de desbravadas e cultivadas, iriam permitir que aquele objectivo fosse alcançado. A pessoa a quem era concedida a terra, assumia a obrigação de, ao fim de cinco anos, a ter completamente desbravada de mato e arvoredo, tornando-a arável, e de construir uma casa e curral para o gado. Cumpridas estas obrigações, a terra passava a pertencer-lhe.
De realçar a presença da Ordem de Cristo nos trabalhos iniciais do povoamento da ilha, por razões de apoio financeiro, mas também para testemunhar a “tradição de fé com que os portugueses fizeram a urdidura forte da sua nacionalidade”. Deste modo, não foi por acaso que a primeira ilha descoberta logo foi dedicada à Virgem e que, em quase todas as outras, os primeiros altares levantados, se destinaram a exaltar a Santa Cruz, símbolo daquela Ordem e sinal de redenção.
O denso arvoredo que cobria a ilha de S. Miguel foi aproveitado para exportação de madeiras e, sobretudo, para a construção naval em diversos estaleiros.
Por outro lado, a proliferação do gado vacum e miúdo que ali lançara Gonçalo Velho, garantiu, nos primeiros tempos, a alimentação dos colonos, que se dedicavam, em grande número, à pecuária. Porém, a preocupação fundamental era a cultura frumentária que, graças à fertilidade do solo, permitiu que, ainda no século XV, se iniciasse a exportação de trigo para o Continente e praças africanas, além de ser utilizado no fabrico do biscoito para provisão dos navios que passavam por estes portos.
Ainda no mesmo século, é introduzido nos Açores o pastel, cujo produto final alimentava a indústria têxtil, sendo exportado, preferencialmente, para Flandres. Com efeito, passou esta cultura a constituir uma fonte de riqueza importante para o arquipélago.
Em 1907, integrava esta povoação a freguesia de S. Pedro, sendo elevada à condição de freguesia em 1908. A igreja paroquial tem como orago S. Lázaro.
Foi este templo construído no século XIX, sobre as ruínas de uma antiga ermida e lazareto do século XVI. Próximo da Igreja Matriz corre uma ribeira, cujas águas eram consideradas eficazes na cura da lepra. Junto à foz da sua ribeira fica a ermida de Jesus, Maria e José, erguida no século XVIII.
O nome atribuído a esta freguesia está ligado à existência de uma queda de água com cerca de 30 metros, numa das ribeiras que a atravessam. Gaspar Frutuoso diz ter existido nesta ribeira quatro engenhos de açúcar, no tempo em que a cana-de-açúcar era uma cultura de sucesso.
Faz parte desta freguesia o Lugar da Praia, situado junto à ribeira do mesmo nome. É um pequeno povoado que, pelo estado de conservação do seu núcleo urbano, que testemunha o tipo de ocupação humana que se prende com épocas que remontam ao povoamento da ilha, foi designado pelo Governo Regional dos Açores como “Lugar Classificado”.
A Praia de Água D’Alto é um dos mais concorridos areais da ilha de S. Miguel, durante a época estival. PRAIA DA VITÓRIA