C — Criação do plantio  Depois do brolho crescer durante 6 meses, alimentado pela toca-mãe, são escolhidos pelo melhor desenvolvimento que tomaram os dois ou três maiores, continuando assim a selecção nas diferentes fases da cultura. Nesta altura, são desmamados (desligados da toca-mãe), para serem transplantados a maior compasso e criarem raizes próprias, passando a denominar-se plantio, até à plantação definitiva.

1— Preparação do terreno  A preparação do terreno de viveiro é feita pelo mesmo processo da preparação do terreno de alfobre e das estufas de produção, fazendo o possível para que a composição deste, se efectue com as mesmas percentagens. Quando, porventura, a composição tenha de ser diferente, é preferível que os terrenos de alfobre e viveiro sejam menos fortes do que os da plantação definitiva. No entanto, como já dissemos, o ideal será que tenham a mesma composição, bastando o aumento gradual de compasso de plantação, nas 3 fases sucessivas, para que as plantas na última etapa do seu ciclo vegetativo, possam dispor dum maior cubo de terra.

2— Transplantação do brolho  Antes da transplantação, há que proceder ao corte das poucas raízes que o brolho traz depois de desmamado, bem como a parte terminal do colo. Além destes cuidados, deve efectuar-se uma desfolha na base do caule, para que venha a dar-se uma abundante radicação. Esta desfolha, pondo a descoberto os tecidos novos, provoca um afloramento de seiva naquele lugar, que ajuda a desenvolver as inúmeras raízes em formação.

São estes os trabalhos mais importantes na transplantação, que asseguram grandemente o pegamento do brolho. Sendo cuidadosos e conscientemente feitos, podemos contar com 100% dos brolhos pegados, o que vulgarmente acontece. Depois desta preparação, o brolho é disposto sobre a terra, deitado às filas em toda a extensão do terreno a plantar. O compasso adoptado para a criação do plantio, no viveiro, é de 0,m30 x 0,m30, com plantação em quadrado.

3 — Trabalhos culturais  Todos os dias, de tarde, depois de transplantado o brolho, deve regar-se abundantemente o terreno; de tarde, para que a sua acção molhante dure mais, visto que durante o dia, uma grande parte seria anulada pela evaporação.

A caiação nos vidros é indispensável, para que o plantio com as raízes ainda em formação (consequentemente sem possibilidades de se alimentar), não murche.

Todos os dias, o estufeiro terá que regular a temperatura, verificar a humidade da terra e dar-lhe o arejamento preciso. Normalmente, após a transplantação, as regas efectuam-se diariamente durante as primeiras duas semanas. Na terceira semana, bastam 3 dias de regas, até que a terra entre em plena fermentação, sendo depois mais espaçadas. Quanto ao ar atmosférico, nos primeiros dias o estufim deve estar, tanto quanto possível arejado; mais tarde a entrada de ar vai sendo reduzida gradualmente, ao mínimo.

As mondas, devem fazer-se sempre que se verifique necessidade disso, pois o excesso de vegetação e o mau arejamento entre as plantas, ajudado pelo clima artificial quente e húmido, favorece o aparecimento de cochonilhas, que se multiplicam rapidamente produzindo o enfraquecimento geral do plantio. No caso do aparecimento de cochonilhas, é indispensável combatê-las imediatamente, aplicando qualquer calda à base de óleo, ou pelo menos, evitar a propagação no combate à formiga, seu principal difusor. As polvilhações com cal e enxofre, são também aplicadas, mas em pequena doses, para que a libertação de gases, não provoque a asfixia do plantio, que pode florir antes do tempo, perdendo-se, como já tem acontecido.

D — Estufas de produção  Passados 4 meses no terreno de viveiro, o plantio está criado, pronto a sofrer a plantação definitiva, onde é transplantado novamente a maior compasso. Mesmo que a composição do terreno antecedente tenha sido igual, como já tivemos ocasião de mostrar preferência, aumentando o compasso para o dobro, a planta fica com melhores condições de vida, embora com o desenvolvimento se torne mais exigente.

As estufas de produção são destinadas a receber o plantio criado, que passa a ser denominado por planta, onde permanecerá os últimos 12 meses em plantação definitiva, atingindo o fim do seu ciclo vegetativo.