Os Solos
Localizado na zona de contacto das placas Americana, Europeia e Africana, a sua origem é vulcânica e relativamente recente, apresentando, por isso, solos pouco espessos, constituídos por rochas basálticas, traquites, andesites e formações argilosas. No Pico, o solo destinado à cultura da vinha é constituído por mantos de lava basáltica relativamente recente que dão origem aos chamados terrenos de pedra queimada.
Segundo o grau de degradação temos dois subtipos de solos: ‘os mistérios’, formados por lavas de erupções basálticas ocorridas nos séculos XVI e XVII, nos quais a rocha-mãe apenas começa a ser alterada; e os constituídos por lavas basálticas em ‘crosta de pão’, mais evoluídos que os anteriores e que constam fundamentalmente duma camada de escória vulcânica desagregada.
O primeiro é designado ‘Chão de Lagido’ e o segundo ‘Chão de Biscoito’. Ambos incluem-se nos solos litólicos não húmidos e litossolos, sobre substrato consolidado de basaltos ou rochas afins, correspondente a lavas recentes, associadas a afloramentos rochosos, por vezes com material pedregoso disseminado e manto lávico consolidado à superfície (Decreto-Lei n° 17/94, de 25 de Janeiro).
Como forma de fazer escapar as cepas às agruras dos ventos, depois de desbravado o terreno, erguiam-se paredes paralelas de pedra solta com cerca de um metro de altura no sentido do maior comprimento que formavam as chamadas ‘canadas’ ou ‘tornas’. Estas eram subdivididas em espaços regulares pelos ‘travezes’ ou ‘travessas’. Estes espaços tomam o nome de ‘currais’ (rectângulos de terreno com cerca de 6 / 2,5 metros) e não fora a enorme quantidade de mão de obra que implicam ainda hoje seriam a forma mais sensata de plantar vinhas nos Açores, ficando esta como que enterrada no ‘curral’, que funciona como uma estufa e que a protege dos ventos marítimos (Fotografia 1).
Presentemente as vinhas são plantadas recorrendo a meios menos dispendiosos e mecanizáveis. As novas plantações fazem a terraplanagem do terreno ao qual se segue a sua adubação e posterior colocação de um areão preto ou vermalho designado ‘bagacina’ com espessura compreendida entre os 10 e os 20 centímetros, sendo depois a vinha plantada em bardos e posteriormente aramada.
A bagacina preta permite maior facilidade na implantação do sistema radicular da planta, o aumento da temperatura do solo e facilidade no combate a infestantes (Afonso, 2000).
Na Terceira, os solos vitícolas são litólicos não húmidos e litossolos, sobre substrato consolidado de basaltos ou rochas afins, andesitos e traquitos, em geral correspondente a lavas recentes, frequentemente associados a afloramentos rochosos e por vezes com material pedregoso disseminado (Decreto-Lei n° 17/94, de 25 de Janeiro).
Na Graciosa, os solos são pardo-andicos, normais e pouco espessos, e solos rególicos derivados de rochas basálticas ou de materiais piraclásticos assentes sobre rocha basáltica a pouca profundidade (Decreto-Lei n° 17/94, de 25 de Janeiro).