gorgulhoFOLHAS DIVULGATIVAS: BANANEIRA SÉRIE PRAGAS: Nº3  BANANEIRA
Julho 2005
Autores: Arícia D. Figueiredo & David J. H. Lopes
Universidade dos Açores – Departamento de Ciências Agrárias
PRAGA
Nome vulgar: Gorgulho-da-bananeira
Nome científico: Cosmopolites sordidus (Germar 1824)
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas interiores observam-se ao cortar o pseudo-tronco ao nível do rizoma, podendo observar-se galerias (Foto 2) (muito características), construídas pelas larvas (Foto 3) que logo após a sua eclosão iniciam a sua alimentação nos tecidos e vasos, impedindo assim que esta tenha um desenvolvimento normal, enfraquecendo a planta de tal forma que esta se quebra facilmente com o vento, diminuindo a produção ou mesmo levá-la à morte.
A presença do gorgulho numa plantação pode passar despercebida devido à actividade nocturna dos adultos e da localização das larvas apenas no interior da planta.
Os sintomas exteriores na planta são o amarelecimento das folhas, a diminuição do tamanho do cacho e do fruto e uma fraca resistência da planta ao
vento.
DISTRIBUIÇÃO
O gorgulho-da-bananeira (Cosmopolitas sordidus Germar) (COLEOPTERA: DRYOPHTHORIDAE) é um insecto oriundo da Ásia com uma larga distribuição mundial. Actualmente encontra-se disseminado nos Açores, onde é comum aparecer em todos os bananais.
BIOECOLOGIA
O gorgulho-da-bananeira passa por quatro estadios de desenvolvimento distintos, (ovo, larva, pupa e adulto).
O adulto (Foto 4) refugia-se durante o dia nas “socas” velhas da bananeira ou entre as inserções foliares no pseudo-tronco da planta que se encontram no solo, alimentando-se de restos vegetais em decomposição. A sua longevidade pode chegar aos 2 anos.
A fêmea deposita os ovos na base do pseudo-tronco. Deste ovo emerge uma larva que possui um corpo rugoso de cor esbranquiçada que contrasta com a cabeça de cor castanho claro.
Esta é a fase que causa o maior prejuízo, pois a larva alimenta-se dos tecidos vivos da planta, escavando galerias com o aparelho bucal completando o seu ciclo no interior dos rizomas, e coloca-se perto do exterior quando se prepara para passar ao estado de pupa.
Durante a fase de pupa permanece imóvel e depois daí emerge o adulto.
MEDIDAS DE COMBATE: CULTURAIS
Ao efectuar novas plantações utilizar material isento do insecto;
Cortar todos os restos da planta mãe em pedaços pequenos de forma a permitir a sua rápida
decomposição;
Manter as zonas em volta da planta limpas de detritos vegetais;
Proceder ao desfilhamento, deixando em cada soca apenas a “mãe” e o “filho”, cortando-as à altura do solo e cobrindo-as com terra;
Manter o solo com boa fertilidade e aplicar correctivos necessários;
Eliminar das plantas todas as folhas secas.
QUIMÍCAS:
Aplicação directa de 10 a 15grs de grânulos de etoprofos na soca, 30 a 45 dias depois da bananeira ter sido cortada;
BIOTÉCNICOS: ARMADILHAS
Colocar “armadilhas” elaboradas com pedaços do pseudo-tronco da bananeira, cortados ao meio, e depois percorre-las de 4 em 4 dias recolhendo
e matando os gorgulhos;
Colocação da armadilha circular com difusor Cosmotrack, que é uma feromona que atrai os gorgulhos para a armadilha; deve conter água com um
pouco de sabão para que quando caiam morram afogados.