maracuja_seloO maracujá produzido na ilha de S. Miguel desde o século XVIII distingue-se pelo seu perfume intenso e características organolépticas sui-generis .

Algumas características do produto: O maracujá de S. Miguel tem uma casca lisa e brilhante com uma coloração púrpura uniforme, uma polpa amarelo dourada, onde se encontram as pequenas sementes envolvidas por uma película viscosa e sumarenta de sabor agradável e um perfume intenso, forte e característico.

Caderno Especificações DOP Maracujá

Área geográfica de produção: Ilha de S. Miguel

Entidade Certificadora: Comissão Técnica de Certificação e Controlo (Despacho Normativo nº 259/93, de 30 de Dezembro)

Agrupamento Gestor da DOP: FRUTAÇOR Rua do Rosário - Posto Agrícola - 9600 Ribeira Grande Telefone/Fax: 296 473400

 

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maracujaParticularidade
Fruto de casca dura, rugosa, de cor púrpura uniforme e polpa amarel0-clara
com grainhas. Sabor e perfume intensos.

Descrição
Fruto do maracujá da espécie Passiflora edulis Sims (maracujá roxo). Tem forma oval, com diâmetro de 5 a 6 cm, casca coriácea, lisa e brilhante. A polpa é amarela, muito sumarenta, ligeiramente ácida e com pequenas sementes pretas, ovais e achatadas, envolvidas em película viscosa e sumarenta. Apresenta um forte perfume. O fruto tem cerca de 52% de casca, 34% de polpa e 14% de semente.
O seu peso é variável pois os frutos pesam, no Verão, de 24 a 28 g e, no Inverno, de 35 a 40 g.

História
A introdução do Maracujá nos Açores não está muito clara. Supõe-se que terá
sido introduzido nestas regiões como consequência dos Descobrimentos portugueses e a tendência da época para tudo experimentar. Contudo, o maracujá é hoje uma planta quase espontânea nos Açores onde, para além da sua utilização como planta ornamental, se consome de variadíssimas formas. A sua cultura foi durante muitos anos de carácter familiar, sem grandes cuidados. Contudo, nos anos 40, aparece um produtor que começa a produzir maracujá em grande escala, para exportação (Ezequiel Moreira da Silva).

Uso
Para além do seu consumo em fresco, a qualquer hora do dia, o maracujá  serve de base a diversa doçaria regional, ao fabrico de xaropes e sumos e também para a fabrico do Licor de Maracujá. É também usado para condimentar certos pratos de peixe como, por exemplo, o peixe-espada.


Saber Fazer
O maracujá é cultivado em solos leves, férteis, bem drenados e protegidos do vento. Como se trata de uma trepadeira precisa de condução tutorada. O maracujá é propagado por via seminal. As sementes são retiradas do fruto maduro, secas sem sol directo durante seis dias e colocadas num saco de pano em local seco. Para a propagação as sementes são colocadas em tabuleiros de areia da ribeira, ligeiramente compactadas e recobertas por camada fina de areia. Os tabuleiros são regados a pulverizador e mantidos em estufa fechada até ao início da germinação. Esta operação tem lugar em Dezembro, em estufa, e a germinação inicia-se cerca de 30 dias depois.

A repicagem faz-se quando as duas primeiras folhas verdadeiras já estão formadas e quando a planta atinge 6 a 7 cm de altura. Esta operação é feita para recipientes de diâmetro de 10 a 12 cm, perfurados no terço inferior para facilitar a drenagem, e cheios com terriço (duas partes de terra vegetal, essencialmente formada por folhas de abrigo, e uma parte de areia). Quinze dias antes da passagem para o exterior, abrem-se as janelas da estufa para equilibrar o meio ambiente interno com o externo. O compasso garante uma distância de 4,5 a 5 m entre grupos de duas plantas. A colheita efectua-se de Dezembro a Março e de Julho a Outubro, sendo feita duas vezes por semana por meio de corte pelo pedúnculo. As plantas são renovadas todos os três anos. O acondicionamento comercial é feito em caixas de cartão com alvéolos para 24 ou 36 frutos.

Produção
Não está calculada a produção de maracujá. Produzido exclusivamente na ilha de S. Miguel, tal como definido no Despacho SRAP/94/4 do Secretário Regional de Agricultura e Pescas da Região Autónoma dos Açores. Reconhecida a Denominação de Origem pelo Despacho acima referido.

In: Produtos Tradicionais Portugueses - Vol 1
Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural
Lisboa 2001


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