Freguesia de Santa Cruz
População: 4200
Actividades económicas: Agricultura, agro-pecuária, comércio e indústria
Festas e Romarias: Santo António (13 de Junho), Coração de Jesus (1.º domingo de Agosto) e Divino Espírito Santo
Património: Igreja Matriz, Convento dos Franciscanos, Paços do Concelho, Ermida de Nossa Senhora do Cabo e Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, fontanários e várias casas com arquitectura regional
Outros Locais: Jardim do Convento dos Franciscanos, miradouro da estrada da Lagoa do Fogo, parque de merendas da Chã de Marcela e orla marítima
Artesanato: Bordados, arranjos florais, trabalhos com escamas de peixe, bonecos em barro, miniatura em madeira e cestaria
Colectividades: Soc. Filarmónica Estrela d’Alva, Clube de Patinagem de Santa Cruz, Grupo de Jovens de Santa Cruz, Grupo Som do Vento e grupos desportivos
Orago: Coração de Jesus / Nossa Senhora do Rosári.
DESCRITIVO HISTÓRICO
É a freguesia sede do concelho e a mais rural. Aqui se encontram alguns dos mais importantes espaços naturais da vila, como o miradouro da Lagoa do Fogo e a Chã da Marcela, com o seu parque florestal e de merendas.
A história desta freguesia remonta ao século XV, mas ficamo-nos por uma data de extrema importância para o seu destino: 22 de Abril de 1522. Nesse dia, D. João III elevava Lagoa à categoria de vila e esta freguesia a sede do concelho.
Nas imediações da Igreja Matriz de Santa Cruz, ou no local onde hoje ela está implantada, os primeiros povoadores descobriram uma lagoa, que acabaria por estar na base do nome do concelho. Carreiro da Costa refere a este propósito em “Memorial da Vila da Lagoa e seu Concelho”: “De há muito que essa lagoa deixou de existir, não se sabendo ao certo se ela ou se abria onde estão hoje o calhau e o mar; ou se estendia pelos terrenos que pertencem ao município e são conhecidos por “terras da Lagoa de Baixo”. De qualquer forma, sabe-se que o nome de Lagoa anda ligado aos primeiros tempos do povoamento da ilha de S. Miguel – o que é confirmado, em parte, por algumas particularidades da toponímia local”.
A igreja matriz, consagrada a Santa Cruz, terá sido construída no século XVI. A sua actual frontaria é no entanto posterior, de 1844. No seu interior, destacam-se as abóbadas da capela-mor e da Capela do Santíssimo, em estilo manuelino, e o púlpito, que veio da igreja e do antigo convento de S. Francisco de Ponta Delgada. Apresenta um docel com a data de Outubro de 1782.
O convento dos franciscanos, edificado no século XVIII, é um dos edifícios religiosos mais ricos deste concelho. A sua igreja, dedicada a Santo António, apresenta uma fachada barroca muito decorada. No interior, destaca-se o trabalho de talha do altar-mor e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Duas capelas merecem ainda uma referência. A Ermida de Nossa Senhora do Cabo, seiscentista, tem a fachada coberta de azulejos do mesmo período. A Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, quinhentista, encontra-se no lugar do mesmo nome e tem um frontal de altar coberto de azulejos hispano-árabes e uma imagem de roca da padroeira.
Do património edificado de carácter civil, não poderia faltar uma referência ao edifício dos paços do concelho. Data do século XVIII e é um bom exemplar do barroco açoriano, com o seu portal de colunas salomónicas e a sua escadaria exterior. Possui um valioso espólio documental sobre os séculos XVI e XVII.
O museu municipal por seu lado, conserva viva a memória de todos os lagoenses. Está dividido em dois núcleos, um nesta freguesia e outro na de Nossa Senhora do Rosário. Em Santa Cruz, pode ser vista a tenda do ferreiro e ferrador. Como o próprio nome indica, preserva no seu seio os instrumentos que eram usados pelo ferreiro e as técnicas por ele utilizadas no seu trabalho quotidiano.
O património natural não fica, no entanto, atrás do edificado. Pelo contrário. Toda a freguesia é de uma extraordinária beleza. Paisagens que encantam espalham-se por toda a parte. Um dos seus pontos mais interessantes é a Chã da Marcela, que abriga um pequeno parque florestal com uma extensa área. Ali crescem diversas espécies vegetais, umas endémicas (louro, queiró, urze, cedro do mato, uva da serra) e outras trazidas de fora da ilha, como as araucárias, as criptomérias, os cedros, as acácias e os pinheiros. Tem também parque de merendas.
Outro ponto de extraordinário interesse é o miradouro da Lagoa do Fogo. A estrada que lhe dá acesso permite a apreciação de toda a costa sul e norte da ilha de S. Miguel.
Vivem em Santa Cruz da Lagoa, actualmente, cerca de quatro mil e duzentos habitantes. Ainda bastante rural, dispõe de uma forte componente agro-pecuária, resultante da riqueza dos seus solos, desempenhando assim, um papel de primordial importância para a sua economia.
Dir-se-á, aliás, a este respeito, que Lagoa é uma das terras que mais tem contribuído para o desenvolvimento económico, social e cultural de todo a ilha de S. Miguel. LAJES DAS FLORES