População: 5300
Actividades económicas: Comércio, serviços, lacticínios, torrefacção de chicória e indústrias de conservas
Festas e Romarias: Festa do Padroeiro (domingo após 16 de Agosto) e Divino Espírito Santo (1.º domingo após a Páscoa)
Património: Igreja matriz, edifício da Junta, residência do escultor Ernesto Canto da Maia e ermida anexa e edifício do Centro Social Paroquial de S. Roque
Outros Locais: Praias e Miradouro do Ilhéu
Colectividades: Banda Filarmónica de S. Roque, Grupo Desp. de S. Roque e Grupo de Escoteiros de Portugal, n.º 39
Orago: S. Roqu.
DESCRITIVO HISTÓRICO
Situada na costa meridional da ilha de S. Miguel, é uma das localidades limítrofes da sede do concelho de Ponta Delgada. Estende--se do Areal Grande, em cujas imediações se encontram as ruínas do Forte de S. Caetano, até à Praia dos Santos. Ao que parece, a sua origem remonta aos princípios do século XVI, embora só em 1563 se encontre um documento que a esta freguesia faz referência.
No Arquivo dos Açores pode ler-se: “A algumas milhas a leste da cidade de Ponta Delgada fica a Aldeia de Rosto do Cão (...). As casas de campo de alguns cidadãos ficam deleitavelmente situadas nesta aldeia, e o solo em redor é mais bem cultivado do que na maior parte das regiões da ilha (...)”.
Segundo Gaspar Frutuoso, a denominação de Rosto de Cão proveio da configuração de um ilhéu que lhe fica em frente: “Parece este ilhéu um cão, ali assentado com o rabo baixo para a terra, e a ponta dele alta para o mar, que semelha focinho de cão, com os pés ao longo da água, pelo que os antigos lhe chamaram rosto de cão, o qual nome ficou a todo aquele lugar e comarca”.
De entre as mais antigas notícias que se conhecem a respeito deste lugar, conta-se a passagem de Gaspar Frutuoso inserta em Saudades da Terra. Ali se fala, de um “biscoutal” onde um fidalgo de nome Jorge Furtado, fizera um porto para nele varar um barco que “tinha para seus passatempos”.
A sua igreja paroquial, ergue-se a Este da freguesia, sobranceira ao mar, ocupando provavelmente o local do templo que a precedeu, de construção mais antiga.
A primitiva Ermida de S. Roque terá sido edificada no século XVI. Gaspar Frutuoso não diz quem a fundou mas parece ascender ao século XV. No templo actual sobressai a Capela do Santíssimo que tem grande valor artístico pela antiguidade dos seus azulejos, pintados à mão.
Conta ainda esta povoação com a Ermida de Nossa Senhora do Pilar e a Ermida de Santa Margarida de Chaves, mandada construir pelo Capitão Francisco Afonso de Chaves, no século XVIII. A estas igrejas juntam-se-lhes as ermidas de Santa Teresa, Santo António, Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora de Belém.
Nos seus primórdios esta freguesia era marcadamente rural, tendo conhecido no século XVI uma extraordinária actividade agrícola, sendo um dos primeiros pontos da ilha na produção de laranja.
As primeiras plantações de videiras em S. Miguel foram feitas em S. Roque, sendo a casta mais cultivada a Isabella, hoje conhecida por uva de cheiro. Mais tarde, viria a desenvolver-se aqui a cultura do ananás.
Na zona da Senhora da Rosa, existe uma fábrica que se dedica à transformação de algas marinhas, cuja farinha obtida é exportada para o estrangeiro e utilizada no fabrico de medicamentos. As aparas, depois de prensadas, destinam-se à adubação. Existe uma outra fábrica de transformação de chicória e indústrias de ar líquido, baterias e forno de cal.
Nesta localidade destaca-se o Lugar do Poço Velho, cujo nome provém de aqui ter existido um poço, que abastecia de água a casa do proprietário e as da vizinhança.
Ao longo da costa da freguesia existiram, em tempos, fortes destinados a proteger a população dos ataques dos piratas. Ainda hoje existem ruínas do Forte de S. Caetano, considerado o baluarte de defesa da baía do Rosto de Cão. Reconstruído por diversas vezes, em 1892 foi cedido ao Governo Civil de Ponta Delgada para ser utilizado como lazareto.