População: 2000
Actividades económicas: Agro-pecuária, vitivinicultura, pesca artesanal, comércio, exploração avícola, construção civil, carpintaria e oficina mecânica
Festas e Romarias: Divino Espírito Santo (Maio), Festa do Padroeiro (penúltimo domingo de Agosto) e Festa do Baleeiro (2.º domingo de Julho)
Património: Igreja matriz, moinho a vento, antiga fábrica das baleias, fontenários, Teatro do Espírito Santo, Casa da Santa e casas senhoriais
Outros Locais: Orla Marítima e Caça
Gastronomia: Vinho de cheiro
Artesanato: Trabalhos com folhas de milho e pintura de quadros
Colectividades: Grupos Desportivos e Grupo de Cantares
Orago: S. Vicente Ferreir.
DESCRITIVO HISTÓRICO
Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, dista cerca de 10 km da sede do concelho. O Eng. Borges da Silva referia-se-lhe do seguinte modo: “saindo dos Fenais continua o caminho paralelamente à costa, até defronte de uns ilhéus, fronteiro aos quais para o interior, a meia légua distante dos Fenais, está o Lugar de S. Vicente ou dos Montes (...)”.
O passado desta freguesia está intimamente ligado ao dos Fenais da Luz, porquanto, durante muito tempo, fez parte integrante desta última freguesia.
A Igreja de S. Vicente Ferrer ou Ferreira, foi instituída, segundo consta, por legado de um sacerdote natural dos Fenais da Luz e residente em Ponta Delgada, no começo do século XVIII. Este templo, cuja construção foi iniciada em 1780, veio substituir um outro mais antigo. Nesta igreja merece especial referência o sino que tem uma inscrição e data.
Segundo reza a história, o oferente do referido sino teria emigrado para o Brasil onde conseguiu alguma fortuna. Movido pela saudade, teria prometido que, se ao regressar, encontrasse viva a sua mãe, ofereceria um sino à igreja da sua freguesia.
No seu interior, sobressaiem as paredes decoradas com vários quadros em mosaicos, representativos da vida de S. Vicente Ferreira e um órgão, construído na ilha do Faial em 1903.
As mais importantes actividades económicas desta localidade são a agricultura, destacando-se a vinicultura e fruticultura, o cultivo e secagem do tabaco e a pecuária, que abrange a criação de gado bovino e lanígero.
Em tempos, alguns habitantes de S. Vicente dedicaram-se à caça da baleia ou cachalote. Ignora-se desde quando começaram a ser arpoadas baleias nos mares dos Açores.
Embora se presuma que esta actividade terá tido início no século XVI, datam apenas do século XVIII, as referências mais concretas à caça destes cetáceos.
Na zona dos Poços existiu uma fábrica onde, em grandes caldeiras, os cachalotes eram transformados em óleo, empregado depois na indústria.
A população activa feminina, ocupa os seus tempos livres em trabalhos artesanais, nomeadamente na confecção de bordados, quadros e bonecos regionais.
Realça-se nesta freguesia a existência de um moinho de vento na zona dos Poços, situado perto de uns rochedos à beira-mar que, ainda em 1969, se mantinha em actividade. Deste moinho restam apenas algumas ruínas.
Nesta povoação destaca-se o Lugar da Atafona que assim foi descrito por Gaspar Frutuoso: “Além dos Fenais (...), toda de biscoito de pedra ao longo da costa e terra chã, estão os Poços, assim chamados por estarem ali uns, onde tem varadouro de calhau (...); no qual lugar se fizeram já dois navios (...), e onde o capitão Diogo Lopes de Espinhosa mandou fazer um forte muro de pedra ensossa, para dele se poder seguramente defender a desembarcação dos inimigos. Estão aqui poucas casas e famílias de homens nobres e ricos (...)”.