População: 1180
Actividades económicas: Agro-pecuária, agricultura, apicultura, comércio, serviços e indústria (construção civil)
Festas e Romarias: Nossa Senhora do Rosário (último domingo de Agosto) e Divino Espírito Santo
Património: Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Igreja Velha
Outros Locais: Outeirinho do Tio Domingos, Paisagem Natural e Moinhos de Água
Gastronomia: Massa sovada, arroz-doce, chouriço, morcela, fervedouro, inhame, queijo branco caseiro e pão de milho
Artesanato: Flor de escama de peixe, tecelagem, bordados, rendas e malhas
Colectividades: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da 3.ª Secção da Ribeira Grande
Orago: Nossa Senhora do Rosári.
DESCRITIVO HISTÓRICO
Situada na costa norte, a meio da ilha de S. Miguel, dista 41 quilómetros de Ponta Delgada e 23 quilómetros da sede do concelho. É limitada a Sul pelas Furnas, a Este, pelos Fenais da Ajuda, e a Oeste, pela Maia.
Foi esta ilha descoberta após a de Santa Maria, por volta de 1427, desconhecendo-se o ano exacto.
A ocupação e o aproveitamento dos Açores, integraram-se na chamada “Cruzada do Infante”, a qual consistia em ganhar terras, ainda que desabitadas, para nelas se continuar a alargar o reino de Cristo.
Para além das razões financeiras, a presença da Ordem de Cristo nos trabalhos iniciais do seu povoamento, explica-se pelos valores que dominavam a sociedade portuguesa de quatrocentos e quinhentos, isto é, a “tradição da fé com que os portugueses fizeram a urdidura forte da sua nacionalidade”.
Assim, não foi por acaso, que a primeira ilha logo tivesse sido dedicada à Virgem e que, em quase todas as outras, os primeiros altares levantados, tivessem como objectivo a exaltação da Santa Cruz, símbolo daquela Ordem e sinal de redenção.
Deste modo se compreende por que não pode fazer-se a história dos Açores sem a presença da Igreja.
A própria vida social deste arquipélago apoiava-se quase inteiramente nela, porquanto provinha dela, nascera dela e desenvolvera-se alicerçada nela.
Provinha dela, pelas instituições religiosas que estiveram na base do descobrimento das ilhas atlânticas e de as integrar no património nacional. Nascera com ela, porquanto em toda a parte se ergueu um altar e, logo depois, um templo. Desenvolvera-se alicerçada nela, porquanto a Igreja foi sempre, ao longo dos séculos, com os seus princípios, as suas instituições (Conventos, Misericórdias, Recolhimentos, Irmandades e Confrarias) e os seus valores, o seu pilar.
Sabe-se que, nos inícios da década de trinta, o Infante D. Henrique mandou a Gonçalo Velho que lançasse gado na ilha de S. Miguel, estando este facto comprovado em uma carta, datada de 2 de Julho de 1439, na qual D. Afonso V diz que o Infante, seu tio, lhe “envyou dizer que el mandara lançar ovelhas nas ssete jlhas dos Açores”.
Este é o primeiro documento que alude aos Açores, dele se inferindo que, nessa mesma data, já os portugueses estavam de posse de sete das nove ilhas do arquipélago açoriano. Ora, se é certo que as ilhas do grupo oriental foram as primeiras a ser descobertas, também é verdade que, a 2 de Julho de 1439, já a ilha de S. Miguel era conhecida.
Até novos elementos, a moderna historiografia admite que o descobrimento dos Açores se verificou no ano de 1427, por Diogo de Sunis, de nacionalidade portuguesa, e que foi Gonçalo Velho o responsável pelo lançamento de gado nas ilhas e, posteriormente, o impulsionador do povoamento na ilha de S. Miguel, porquanto era seu capitão donatário. Foi, precisamente, a proliferação de gado vacum e miúdo, lançado por este donatário, que garantiu a alimentação dos primeiros colonos.
Foi também graças à existência de denso arvoredo, que se iniciou a exploração e exportação de madeiras.
A fertilidade do solo desta ilha de S. Miguel fez com que, ainda no século XV, se iniciasse o cultivo e exportação de trigo para o Continente e praças africanas, além de propiciar a sua utilização no fabrico de biscoito, tão necessário ao abastecimento dos navios que por estes portos passavam.
Francisco Afonso de Chaves e Melo descreve assim este lugar: “Depois de Porto Formoso está o Lugar da Maia, freguesia do Espírito Santo. É este lugar o mais bem situado desta ilha e é capaz de ser vila. Tem esta freguesia dois curatos (...) o da Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Lomba e o de Nossa Senhora da Alegria do Lugar das Furnas..
Em 1896, foi aqui edificada uma ermida, de invocação a Nossa Senhora das Dores, à qual, mais tarde, foi adaptado um baptistério e uma sacristia. Só por volta de 1908, foi este lugar desanexado da Maia, tornando-se, então, freguesia.
No final do século XVI, Gaspar Frutuoso assim se referia a este povoado: “A lomba da Maia parte da lomba nascente com Grotinhas da Fonte e da banda do poente com Grota da Cruz”. O mesmo cronista mencionava já a existência de uma ermida de invocação a Nossa Senhora do Rosário, na Lomba Grande.
Àcerca deste templo e deste lugar, pouco se sabe. Primitivamente, terá sido construído no primeiro quartel do século XVI, presumindo-se que o povoamento terá ocorrido por volta de 1510, pois, após o terramoto de 1522, Frei Montalverne diz o seguinte: “O povo julgando já ser o dia do Juízo Final foi admoestado pelo clero que tomassem por advogado da ilha a Virgem Santíssima do Rosário e na Lomba da Maia se fez também uma casa em seu louvor..
O seu nome deriva do facto de se localizar em uma elevação de terreno. Os seus habitantes dedicam-se, sobretudo, à agricultura.
Muito recentemente, a população deste lugar tem vindo a decrescer, devido ao surto emigratório para a América e Canadá.