Freguesia de Calhetas

População: 1000

Actividades económicas: Agro-pecuária, agricultura, comércio e serviços

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Boa Viagem (último domingo de Setembro) e Divino Espírito Santo

Património: Igreja matriz e Mosteiro das Irmãs Clarissas

Outros Locais: Zona Balnear (Calhau da Furna), Campo de Golfe, Casa das Calhetas, Lugar da Batalha e Miradouro do Palame

Gastronomia: Malassadas

Artesanato: Cestaria de vime, barcos em búzios, artefactos de madeira, rendas e bordados

Colectividades: Associação Juvenil “Os Valentes”

Orago: Nossa Senhora da Boa Viage.

 

DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada sobre uma rocha na costa norte da ilha de S. Miguel, dista 11,4 km de Ponta Delgada e 9,1 km da sede do concelho.

O mar tem-lhe vindo a roubar território e mesmo, a fazer fé em Frei Agostinho Montalverne, a própria primitiva ermida da Boa Viagem.

Integra esta ilha de S. Miguel o arquipélago dos Açores, que fica entre 25 a 30 graus de longitude ocidental e 37 a 40 graus de latitude norte.

Constituem-no três corpos de ilhas, sendo o primeiro, constituído pelos Ilhéus das Formigas, a Ilha de Santa Maria e a de S. Miguel, o segundo, pela Terceira, S. Jorge, Pico, Faial e Graciosa, e o terceiro, constituído pelas Ilhas das Flores e a do Corvo.

A moderna historiografia admite que o descobrimento dos Açores se verificou no ano de 1427, por Diogo de Sunis, de nacionalidade portuguesa, e que o respectivo povoamento esteve a cargo de Frei Gonçalo Velho, também ele responsável pelo lançamento de gado vacum, caprino, porcino e cavalar, nos inícios da década de trinta.

Sabe-se que as primeiras ilhas a serem povoadas foram as do grupo oriental, constituído pelas ilhas de Santa Maria e S. Miguel, com famílias provenientes, essencialmente, do Centro e Sul do País.

Os povoadores que para elas se dirigiam tinham, certamente, como maior motivação, a possibilidade de obterem terras próprias que, depois de desbravadas e cultivadas, iriam permitir que aquele objectivo fosse alcançado.

Ao desembarcarem nas ilhas, os futuros colonos construíram os primeiros abrigos, cafuas e barracas de madeira e palha, desbravaram e lançaram à terra sementes que levavam do continente: trigo, aveia, favas, lentilhas, ervilhas, centeio e cevada.

Nos primórdios, serviu o gado vacum de alimentação aos primeiros povoadores, que se dedicavam, na sua grande maioria, à pecuária. Contudo, a sua preocupação fundamental era a cultura frumentária de que tanto carecia o Continente e as praças africanas.

Para além do trigo e da exportação de madeiras e de pastel, este último destinado, preferencialmente, à Flandres, foi a cultura da cana-de-açúcar, durante os séculos XV e XVI, uma das mais importantes nos Açores.

Todavia, o seu cultivo veio a ser abandonado porque os terrenos não suportavam, por muito tempo, o desgaste de uma cultura tão esgotante e porque a lenha que alimentava os engenhos começou a escassear. Outro motivo esteve subjacente ao abandono da cultura da cana sacarina – a moléstia que a atacou, ainda na primeira metade do século XVI.

Quanto ao sistema administrativo, ao tempo do povoamento destas ilhas, instituíram os monarcas portugueses o sistema das donatarias, sendo os capitães donatários seus possuidores ou senhorios, entidades a quem o rei doava o domínio e jurisdição cível e crime.

Foi esta povoação das Calhetas elevada a freguesia em 1924, altura em que foi desanexada de freguesia de Rabo de Peixe, onde esteve integrada.

A actual igreja, de invocação a Nossa Senhora da Boa Vida, data do século XVIII, mais precisamente, de 1728. S. ROQUE DO PICO