Freguesia de Almagreira

Actividades económicas: Agricultura, indústria e comércio

Festas e Romarias: Festa de Santo Amaro (15 de Janeiro), Nossa Senhora do Bom Despacho (último domingo de Julho) e Maré de Agosto (última semana de Agosto)

Património: Igreja matriz

Outros Locais: Covas do Trigo, Miradouro da Macela, Forte de S. João Baptista, Praia Formosa, Prainha e Figueiral

Gastronomia: Caldo de nabos, bolo da panela, biscoito de orelha, cavacas, cachão, malassadas, búzios e sopas de Império

Artesanato: Camisolas de lã

Colectividades: Rancho Folclórico da Casa do Povo

Orago: Nossa Senhora do Bom Despacho

DESCRITIVO HISTÓRICO


Situa-se esta freguesia na ilha de Santa Maria, ocupando uma área de 10 Km2. Por Decreto de 25 de Outubro de 1906, foi este lugar elevado à categoria de freguesia. O XII Comendador da Ordem de Cristo para a ilha de Santa Maria, D. Diogo José Ferreira de Eça e Menezes, Terceiro Conde da Lousã, “por alvará de 30 de Julho de 1853 organizou e regularizou as côngruas dos párocos e necessidades do culto da Igreja da Comenda, ordenou a criação do curato sufragâneo da matriz na Almagreira, Igreja do Bom Despacho da ilha de Santa Maria”.

A Ermida de Nossa Senhora do Bom Despacho foi erigida por Manuel de Moura Landres, por escritura de 11 de Junho de 1702, conforme consta do Livro de Tombo da Matriz de Vila do Porto.

No século XVIII, mais precisamente em 1766, foi criado um curato “o terceiro da igreja matriz em benefício daquele povo e dos mais paroquianos que ficam naquele contorno para a frente da serra”.

A partir de 1833, em virtude do aumento demográfico, foi necessário criar novo curato e proceder-se à construção de uma nova igreja que substituísse a antiga ermida.

A actual igreja, sita em local diferente daquele onde existiu a primitiva capela da mesma invocação, é muito modesta, com um só corpo principal, uma só torre e uma fachada de linha simples, nela se destacando o retábulo do altar-mor de talha envernizada à cor da madeira. A sua construção data de 1859, tendo nela se celebrado a primeira missa a 27 de Novembro do mesmo ano.

Para além desta igreja, possui esta freguesia de Almagreira as Ermidas de Nossa Senhora do Monte e de Nossa Senhora da Graça (XIX), e de Nossa Senhora dos Remédios, sita na Praia e datada do século XVI.

Sobre esta última refere Gaspar Frutuoso: “nesta aldeia da Praia (...) está uma ermida de Nossa Senhora dos Remédios onde (...) muitos enfermos que, indo ali em romaria alcançaram saúde (...) nasce uma fonte (...) onde têm lavado muitos enfermos”.

Actualmente, venera-se nesta ermida Santo Amaro, sendo tradição no dia 15 de Janeiro celebrar-se a sua festa, seguida de leilão, onde são arrematados, braços e pernas de massa de biscoito e de cera.

Esta freguesia é assim chamada devido à terra avermelhada existente nesta região e empregada na pintura de louça de barro.

Assim pois, lembra este nome a exploração de almagre, terra avermelhada rica em chumbo, usada na produção de louça de barro vidrada.

Assolada pelo surto migratório, a população que aqui reside ocupa-se da agricultura e pecuária, obra de vime e feitura de camisolas de lã e meias, bem como colchas de tear.

Ligado à cultura do trigo existe nesta freguesia um lugar que merece ser visitado – as covas denominadas Matamouras, onde os cereais e outros produtos agrícolas eram escondidos para não serem pilhados pelos corsários que, frequentemente, atacavam a ilha.

O Lugar da Praia constitui hoje um dos recantos mais apreciados desta ilha, nomeadamente no Verão, por ser a sua praia uma das melhores do arquipélago.

Neste lugar podem admirar-se as ruínas do antigo forte levantado para defesa das invasões dos piratas, e a Igreja de Santo Amaro, onde os moradores fazem império ao Espírito Santo.