Freguesia de S. Pedro População: 825

Actividades económicas: Agricultura, agro-pecuária e comércio

Festas e Romarias: S. Pedro (29 de Junho), Divino Espírito Santo (dia de Pentecostes) e Marchas de S. João (24 de Junho)

Património: Igreja matriz, ermidas de Nossa Senhora de Fátima, de Nossa Senhora dos Milagres, de Nossa Senhora da Saúde e de Nossa Senhora de Monserrate e Fontenário de S. José

Outros Locais: Baía da Raposa, Ponta dos Frades, Baía da Cré, arquitectura tradicional e chaminés

Gastronomia: Caldo de nabos, biscoito de orelha, bolo da panela, caçoila, molhos de porco, sopas do Império, cavacas, sonhos e suspiros

Artesanato: Tecelagem e artefactos em madeira

Colectividades: Grupo de Jovens, Grupo Desportivo de S. Pedro e Casa do Povo de S. Pedro

Orago: S. Pedro

DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada no interior da ilha, integra esta freguesia o concelho de Vila do Porto, único existente na ilha de Santa Maria, ocupando uma área total de 97,42 km2.

Tem este concelho uma paisagem variada, apresentando uma zona bastante acidentada, entre as freguesias de Santa Bárbara e Santo Espírito, e outra, mais plana, onde se situa Vila do Porto e as freguesias de S. Pedro e Almagreira sendo o Pico Alto a sua maior elevação, com 590 metros.

É o único concelho dos Açores cujos solos incluem formações de origem sedimentar, encontrando-se grande variedade de fósseis de moluscos e outras espécies de maior porte.

Na zona dos Picos, conjunto de elevações em pleno centro da ilha, ainda se encontram algumas espécies nativas, como a urze, a queiró, o louro e o zimbro.

O clima do concelho é ameno e temperado marítimo sendo, no entanto, o mais seco de todos os Açores.

Foi esta ilha uma das primeiras a ser povoada com famílias oriundas, essencialmente, da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, sob orientação de Gonçalo Velho, seu capitão donatário, a partir de 1439.

A igreja matriz desta freguesia, dedicada a S. Pedro, foi construída no século XVIII e substitui uma outra da mesma invocação que se havia arruinado. Nela sobressai o arco da capela-mor, forrado a talha dourada e ostentando as armas reais portuguesas.

Conta ainda esta freguesia com a Ermida de Nossa Senhora do Pilar, no sítio da Faneca, edificada no século XVIII. O seu altar é rico, apresentando um retábulo em pedra lavrada com colunas salomónicas. Possui também esta igreja um valioso painél de azulejos.

Destaca-se nesta povoação a Ermida de Nossa Senhora de Fátima, erguida em 1925. A sua originalidade reside no facto de a ela se ter acesso por uma escadaria com cento e cinquenta degraus, tantos quantas as contas do rosário.

O nome desta freguesia deriva do orago da sua paróquia, sita no Lugar Flor de Rosa.

Durante os séculos XVI e XVII, a economia da ilha e deste concelho, baseou-se na cultura e exportação do trigo, pastel e urzela, sendo o primeiro destinado às praças-fortes portuguesas do Norte de África e as últimas, às tinturarias da Flandres.

Nos séculos XVIII e XIX, os habitantes dedicavam-se, sobretudo à agricultura, com predomínio para o trigo e o milho, a vinha e os pomares, e à pecuária e lacticínios.

Actualmente, a população vive da terra e do mar. O marisco abunda, desde a lagosta até ao cavaco e às cracas, e às suculentas lapas. Os Cerrados de S. Lourenço produzem o vinho de cheiro ou morangueiro. Aguardente da terra, vinho abafado, vinho bastardinho e licores diversos, constituem os digestivos produzidos nesta ilha por processos tradicionais.

Mas é na doçaria que estas gentes se esmeram: cachão, melindres, cavacas, encanelados, biscoitos de orelha e de aguardente, e tijeladas, são alguns dos doces mais característicos desta região.

As linhas suaves do relevo deste concelho, sem grandes elevações mas com belíssimos panoramas sobre a terra e o mar, permitem passeios agradáveis.