A vinha é cultura de antiga tradição no Arquipélago dos Açores, remontando a sua introdução ao início do povoamento. No último quartel do Séc. XVI o cronista Gaspar Frutuoso refere-se à abundância que a cultura assumia em diversos locais e às transacções de vinho que se verificavam (Medeiros, 1994).
A cultura expandiu-se até à maioria das Ilhas, ocupando principalmente áreas junto ao mar e solos pouco evoluídos, zonas que apresentavam melhores condições para o desenvolvimento da cultura.
Admite-se que foram os frades Franciscanos que introduziram a cultura da vinha nestas ilhas. As castas então introduzidas terão sido provenientes do continente, da Madeira e de outras áreas mediterrânicas (Medeiros, 1994).
A crise verificada no século XIX com o aparecimento do oídio, primeiro, e da filoxera e míldio posteriormente, leva à decadência da cultura e à introdução de produtores directos, mantendo-se apenas com significado o cultivo das castas europeias tradicionais nas ilhas do Pico, Terceira e Graciosa.
O vinho produzido tornou-se famoso e foi largamente exportado, particularmente o licoroso produzido na ilha do Pico, para o Norte da Europa e até para a Rússia. Depois da revolução bolchevique, em 1917, foram encontradas garrafas de vinho Verdelho do Pico armazenadas nas caves dos antigos czares da Rússia.
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