pevides_aboboraParticularidade
Pevides assadas, temperadas com sal, alho e pimenta.

Descrição
São as sementes da abóbora e do mogango (Cucurbita pepo), assadas e temperadas com alho, sal e pimenta.

História
A existência da abóboras nos Açores remonta, pelo menos, ao século XV. Na Ribeira Grande ainda hoje existe uma antiga ermida dedicada a Santo André que, pelas suas características, remonta ao século XVI. Esse templo apresenta ainda agora inscrita na pedra do degrau da entrada a seguinte frase: «É de pedra, não é de abóbora.» Segundo o Dr. Luís Bernardo Leite
de Athaíde, aparece em nota ao segundo volume do Tombo da Matriz da Ribeira Grande uma referência à citada inscrição, explicando-a da seguinte forma:

«Lourenço de Medeiros Chicharro mandou gravá-la por os seus coevos dizerem que só com abóboras poderia ele ladrilhar a ermida, obra realizada em 1648.» Carreiro da Costa, em duas das suas obras, afirma que o cultivo das abóboras terá começado no século XV.

Uso
As pevides, tanto de abóbora como de mogango, são muito apreciadas nos Açores, onde constituem um aperitivo muito estimado, já que o seu sabor estimula o apetite e o consumo de bebidas alcoólicas.

Saber Fazer
As pevides das abóboras são assadas, sendo depois temperadas com sal, alho e pimenta.

Produção
As pevides são exportadas para as comunidades açorianas de emigrantes. Num mapa publicado em 1968 pelo Grémio dos Exportadores, refere-se que, nesse ano, foram exportados 360 kg de pevides para os Estados Unidos da América.

In: Produtos Tradicionais Portugueses - Vol 1
Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural
Lisboa 2001