RAMOS
Ramos são ramificações oriundas de gemas. Segundo sua função, dividem-se em: ramos lenhosos (vegetativos), mistos e frutíferos.
Ramos lenhosos ou vegetativos Caracterizam-se pelo vigor, pelo aspecto da casca, normalmente lisa, e pelos internódios relativamente longos. Os ramos lenhosos, segundo sua origem e posição, podem dividir-se em adventícios e ladrões. Os ramos adventícios têm origem em causa mecânica como pancada, incisões, etc. Ramo ladrão é o ramo vegetativo, muito vigoroso, vertical, pouco ramificado e devem ser eliminados. Os ramos ladrões têm origem em gemas aparentes e podem ser classificados em naturais ou bravos, segundo a sua localização. Os naturais nascem das gemas do enxerto e os bravos de gemas do porta-enxerto. Os ramos recebem denominação particular, de acordo com a sua posição na árvore. Pernadas são as primeiras ramificações, que partem diretamente do tronco ou da haste. Destas surgem ramos que são denominados braços. As ramificações dos braços dizem-se genericamente ramos (Figura 2).
Ramos mistos Apresentam as funções de crescimento e produção, ou seja, apresentam ao mesmo tempo desenvolvimento vegetativo e exibem gemas frutíferas, quer no ramo do ano, quer no do anterior. Exemplos: pessegueiro, figueira, videira (Simão, 1998).
Ramos frutíferos São apresentados por algumas espécies, principalmente de folhas caducas, que possuem ramos de frutos especializados. Esses ramos são normalmente curtos e de aspecto corrugado. Se eliminarmos tais ramos, a planta só produzirá vegetação. As principais representantes dessa espécie são: pereira, macieira, ameixeira européia, cerejeira. Os ramos especializados originam-se, como os ramos todos, de uma gema vegetativa.
Os ramos frutíferos classificam-se em: dardos, esporões (lamburdas), bolsas e brindilas.
Dardos são os ramos pequenos, pontiagudos, com entrenós muito curtos. Desenvolvem-se lentamente e apresentam uma roseta de folhas nas extremidades.
Dá-se o nome de esporão simples ao dardo com gema terminal floral. Constitui ramo de fruto propriamente dito. O dardo com o tempo ramifica-se, dando origem a um esporão ramificado. Os esporões, devido ao desenvolvimento lento e à acumulação de substâncias de reserva, apresentam com o tempo, um engrossamento na extremidade, em forma de bolsa.
A passagem de dardo para esporão depende de um determinado equilíbrio na fisiologia da planta, entre a seiva bruta remetida pelas raízes e as substâncias elaboradas pelas folhas. Se esse equilíbrio é rompido graças à maior quantidade de seiva elaborada, muitos dardos serão “promovidos” a esporões.
As bolsas nada mais são do que um esporão com vários anos que alterou a sua forma externa e passou a receber essa denominação. Elas podem fixar vários frutos ao mesmo tempo. É uma parte curta, inchada, com enorme quantidade de substâncias nutritivas, que se formam no ponto de união da fruta colhida com o ramo. Pode dar origem a novas gemas florais, dardos, lamburdas, brindilas ou vários deles de cada vez.
Brindilas são ramos finos, com 3 a 5 mm de diâmetro e de 0,50 a 0,20 m de comprimento. Não apresentam importância econômica. Surgem em plantas mal podadas ou naquelas velhas e não tratadas. As brindilas apresentam uma pequena gema terminal e surgem na base das plantas sem os devidos cuidados culturais.
Nas pereiras e macieiras decrépitas, esgotadas e também, ao contrário, naquelas com vegetação luxuriante, as lamburdas são raras e os dardos abundantes.
Conforme a natureza dos ramos que possuem, as plantas frutíferas podem ser divididas em três grupos:
1º) Plantas com ramos especializados - são plantas que só dão fruta sobre ramos especiais. Os demais ramos dessas plantas só produzem brotos vegetativos e folhas. Esses ramos especializados são geralmente curtos e denominados esporões, em contraposição aos vegetativos, que são longos e vigorosos. Este é o caso das macieiras, pereiras, ameixeiras européias, cerejeiras, etc.;
2º) Plantas com ramos mistos - são plantas que além de frutificarem sobre esporões, frutificam também sobre ramos do ano anterior, ou seja apresentam ramos mistos, já que tais ramos tanto dão flores, e portanto frutos, como também crescimentos vegetativos. Exemplos: pessegueiros, ameixeiras japonesas, videiras e figueiras.
3º) Plantas em que as flores nascem sobre ramos da brotação nova - nestas plantas, o ramo frutífero ao invés de vir formado do inverno, nasce na primavera e floresce mais ou menos abundantemente, conforme as condições lhe são mais ou menos propícias. Exemplo: plantas cítricas em geral. Influências exercidas na planta cítrica apenas alguns meses, ou mesmo umas poucas semanas antes da nova brotação, podem determinar a abundância ou a escassez do seu florescimento.