Freguesia de S. Mateus da Calheta

População: 3200

Actividades económicas: Pesca, agricultura, serviços, comércio e construção civil

Festas e Romarias: Sanjoaninas e carnaval, Festas da Freguesia, Espírito Santo (Junho) e Santo António (2.º semana de Agosto)

Património: Ermidas de Nossa Senhora da Candelária, S. Tomás da Vila Nova, Nossa Senhora das Mercês, Santo António dos Milagres, S. João Baptista, S. Diogo, S. Vicente, S. Francisco das Almas e Nossa Senhora da Luz, igreja velha, igreja matriz, relógio de sol, império do Cantinho, fortes Grande e Negrito, império do Terreiro e Forte de S. João

Outros Locais: Zona balnear do Negrito, pousada da juventude, turismo rural, porto de pesca tradicional e mini-museu da pesca à baleia

Gastronomia: Peixe, mariscos, alcatra e sopa do Espírito Santo

Artesanato: Miniaturas com matérias do mar, tecelagem, bordados e rendas e olaria

Colectividades: Filarmónica da Casa do Povo, Atlético Futebol Clube, Porto Futebol Clube, Grupo Desportivo de Salão, Marítimos de S. Mateus Sport Clube, Grupo Folclórico Modas da Nossa Terra e Associação de Defesa do Ambiente “Gê-Questa”

Orago: S. Mateus

 

DESCRITIVO HISTÓRICO

Denominada antigamente S. Mateus da Prainha, a freguesia de S. Mateus da Calheta encontra-se a cerca de quatro quilómetros da sede do concelho, na parte litoral sul da ilha Terceira. É delimitada pelo oceano Atlântico e ainda pelas freguesias de Terra Chã, S. Pedro e S. Bartolomeu. Freguesia plana, de clima aprazível, tem uma área que ultrapassa os seis quilómetros quadrados.

A elevação de S. Mateus da Calheta a freguesia ocorreu antes de 1568. Contava nessa altura com cerca de cem habitantes, não mais anteriormente, estivera anexada para efeitos administrativos e eclesiásticos, como curato, à freguesia de Santa Bárbara. Era pois um simples lugar dessa povoação, ainda mais pequeno que actualmente. Estaria confinado, segundo José Agostinho, entre as Canadas da Cruz Dourada e Capitão Mor.

No centro, a primitiva igreja paroquial. Destruída por um ciclone, dela não resta hoje qualquer vestígio. A igreja velha, como é conhecida, substitui a anterior. Está situada junto ao mar, a oeste do principal aglomerado populacional, entre o Terreiro e Negrito. Encontra-se também arruinada, tendo sido derrubada por um grande vendaval, em 28 de Agosto de 1893, que afectou toda a ilha. Mantém, apesar de tudo, um bonito relógio de sol sobre a sua porta principal. Era esta a primeira igreja que as naus da Índia salvavam ao passar em direcção à baía de Angra.

A actual igreja matriz, consagrada a S. Mateus, é de uma grande imponência. Os seus sete altares serviram para uma crítica feroz às suas dimensões, consideradas megalómanas e até ostensivas para a população da freguesia. Foi, porém, o povo, que através de contribuições e organização de festas contribuiu para angariar a maior parte do dinheiro necessário. Foi benzida em 1895 e inaugurada apenas dezasseis anos depois, em 4 de Junho de 1911.

As diversas ermidas que povoam o território de S. Mateus da Calheta são na sua maioria particulares e estão fechadas. Apenas as de S. Francisco das Almas e de Nossa Senhora da Luz pertencem à Igreja Católica. Encontram-se abertas ao culto e servem a parte norte/leste da freguesia.

Ainda uma referência para dois impérios do Espírito Santo que se encontram nesta freguesia. O império do Cantinho, no Caminho do Meio, foi construído em 1860. O império do Terreiro ergueu-se pouco tempo depois, em 1873. Aqui se realizam festejos anuais em honra do Espírito Santo. Religiosos mas sobretudo profanos, com as touradas à corda a ganhar destaque entre todas as outras.

Três fortes merecem também ser integrados no património edificado de S. Mateus da Calheta. A sua importância histórica foi capital para a segurança das populações. A costa baixa, muito próxima de Angra, favorecia o acesso dos piratas que saqueavam as igrejas e roubavam o sustento dos seus habitantes. Em finais do século XVI, Ciprião de Figueiredo manda construir uma série de fortes que teriam funções bem determinadas. Iriam ser utilizados também noutras situações, em especial durante as guerras da Independência (1640) e durante a II Guerra Mundial. Muitos deles já não existem, como o forte do Terreiro, o forte da Igreja e o forte da Maré, mas três podem ainda ser visitados: o forte Grande, erguido em 1581, encontra-se actualmente em bom estado de conservação e funciona como sede de freguesia; o forte do Negrito, situado na baía do mesmo nome e construído na mesma época daquele, está também em boas condições. Serviu durante muitos anos como abrigo para tripulantes de baleeiros, hoje é património municipal. Os fortes de Má Ferramenta e de S. João estão totalmente arruinados.

A nível da vertente paisagística, toda a freguesia merece ser visitada, mas um ponto em especial: a zona balnear do Negrito. Tem boas infra-estruturas de apoio, entre as quais a pousada da juventude, e é muito visitada no Verão.

Sendo uma freguesia pequena, S. Mateus da Calheta é no entanto muito povoada, se compararmos com as demais do concelho de Angra do Heroísmo. Com cerca de três mil e duzentos habitantes, é uma das mais densamente povoadas da região. As principais profissões estão ligadas ao sector primário, como a pesca e a agro-pecuária. Nos últimos anos, no entanto, o seu peso tem vindo a baixar em favor do comércio, actividade cada vez mais predominante, e da construção civil, com muita tradição na freguesia.

Importante para a economia local é o turismo rural. A quinta do Martelo, dotada de restaurante e residencial, é muito procurada pelos turistas devido às condições de lazer e de descanso que oferece